Mauro e Pivetta apostam em Jair Bolsonaro e na máquina do Estado Governador e vice se utilizam da função pública para ter maior exposição pública e conquistar mais simpatizantes
A disputa eleitoral de 2026 nem foi deflagrada e já provoca encontros e desencontros entre partidos e candidatos.
Devendo-se lembrar que, de acordo com a legislação - sobretudo, para aqueles que têm função pública -, campanha eleitoral antecipada é crime.
De um lado, se tem a máquina do Governo do Estado amplamente utilizada tanto pelo governador Mauro Mendes (União Brasil), candidato a candidato a uma das duas vagas para o Senado, bem como pelo vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), pré-candidato ao Governo do Estado e que tenta construir uma liderança que vai demandar muito esforço, tendo em vista que é considerado "anti-social".
Tanto Mauro como Otaviano se utilizam da função pública que ocupam para ter maior exposição pública e conquistar mais simpatizantes.
Com efeito, nos últimos dias, o vice-governador, constantemente, aparece em eventos de entregas de equipamentos, de repasses de dinheiro e de entendimentos, principalmente com os prefeitos das 142 cidades de Mato Grosso.
Os rumores de que o condenado ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidira dar seu apoio a Mauro Mendes e ao deputado federal José Medeiros (PL), sinalizando uma composição entre os grupos, ganhou um novo round com a sinalização de apoio a Pivetta, que tenta pavimentar sua candidatura ao Palácio Paiaguás. Sua eleição em 2026 consolidaria 12 anos de um mesmo grupo político à frente do Executivo Estadual.
“Estamos analisando e discutindo todos os possíveis cenários para o Partido Liberal”, disse o presidente do partido em Mato Grosso, Ananias Filho, que, na terça-feira (21), esteve reunido com o presidente nacional da legenda, Valdemar da Costa Neto, a quem caberá anunciar, oficialmente, a posição do bolsonarismo.
Valdemar da Costa Neto tem mantido a posição de que o ex-presidente Bolsonaro cuida das disputas para o Senado e para a Câmara Federal, cabendo à direção nacional do PL discutir a sucessão dos governos estaduais. No entanto, ele não negou as sinalizações do ex-mandatário em relação aos políticos de Mato Grosso
O grupo de Mauro tenta, de há muito, obter o apoio do PL, que, no Estado, está dividido entre caminhar com o governador e sua trupe ou levar adiante o projeto de a candidatura própria, com o senador Wellington Fagundes. Isso, quando nada, inverte a ordem natural da política partidária, onde caminhar com candidatos próprios sempre foi à principal meta, deixando para se aliar outro partido quando não se têm nomes em condições de disputar e vencer as eleições.
Para analistas políticos, antecipar um eventual apoio pode ser um erro estratégico.
O maior problema é que, de todos os pré-candidatos que já colocaram seus nomes para a disputa ao Governo de Mato Grosso, até o momento, nenhum deles conseguiu despertar o interesse do eleitorado. Quando nada, um sinal claro de que o eleitor ainda continua desconfiado e demonstra pouco ou nenhum interesse no processo eleitoral. Até mesmo porque as eleições em primeiro turno, agendadas para 4 de outubro de 2026, estão a 347 dias, a partir desta quarta-feira (22).
Enquanto o Mauro Mendes e seu pré-candidato e vice-governador Otaviano Pivetta correm para tentar consolidar o apoio de Jair Bolsonaro e seu grupo político, o senador Wellington Fagundes se mantém firme na disputa. Em entrevista, ele afirmou que não enxerga motivos para recuar e que vai estar com a maioria do partido e do eleitorado a seu favor, em 2026.
O problema é que o cenário político não pode mais ser dissociado do cenário jurídico. Na Mauro e Pivetta disputam o apoio de um condenado pela Justiça por crimes contra a Pátria. Ademais, não se sabe se este fato vai ou não interferir no processo eleitoral, considerando que or líder da extrema-direita estará inelegível em 2026.
Calcado em um alto índice de aprovação, conforme as últimas pesquisas de intenção de voto, Mauro Mendes acredita estar com o cenário político desenhado, faltando detalhes para consolidar as principais disputas - o Governo do Estado e as duas vagas de senador.
O poder da máquina, aliada à conjuntura política, começa a definir um dos grupos fortes para a disputa. Mas, por outro lado, pode colocar na outra ponta outros possíveis candidatos e, até mesmo, levar a união daqueles que forem defenestrados da disputa.
O que não falta são nomes em condições de pleitear a sucessão para o Governo do Estado e vagas para o Senado. Sobram nomes como do próprio Wellington Fagundes, do senador Jayme Campos (União), do ministro e senador lienciado Calos Fávaro (PSD), da deputada a presidente do MDB, Janaina Riva, entre outros.

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