MT lidera ranking de ultra-ricos no Brasil, aponta levantamento Com 0,30% da população no topo da pirâmide, Mato Grosso supera SP e DF na proporção de moradores com renda milionária.
Mato Grosso ocupa o topo da lista dos estados brasileiros com maior proporção de ultra-ricos. Dados do Ipea, elaborados a partir das declarações do Imposto de Renda da Receita Federal e divulgados pelo Brasil em Mapas, mostram que 0,30% dos moradores do estado fazem parte do grupo mais exclusivo da elite econômica: o 0,1% mais rico do país, formado por cerca de 165 mil brasileiros.
O percentual coloca Mato Grosso à frente de unidades historicamente associadas à alta renda, como São Paulo (0,27%) e Distrito Federal (0,26%). Roraima aparece na outra ponta, com 0,16%
Quanto ganha um ultra-rico em MT
Para ser considerado ultra-rico no parâmetro nacional, é preciso ter renda mensal a partir de R$ 516 mil. Mas a marca varia de estado para estado, acompanhando o custo de vida e a estrutura econômica local.
Em Mato Grosso, onde o agronegócio concentra a maior parte da riqueza, o corte gira em torno de R$ 300 mil a R$ 350 mil por mês, segundo estimativa construída com base nos dados estaduais.
A diferença ocorre porque o limite é definido pelo topo da pirâmide de rendimentos de cada unidade da federação e não necessariamente pelo padrão nacional. Assim, mesmo que o valor mato-grossense seja menor do que o do Distrito Federal, por exemplo, ele ainda representa o topo dentro da distribuição local.
Por que MT lidera o ranking
O levantamento aponta três fatores centrais que explicam a presença de Mato Grosso no topo:
Economia agroexportadora: O estado é líder nacional em produção de grãos, carne bovina e algodão, com cadeias altamente capitalizadas e grande presença de conglomerados privados.
Grandes grupos empresariais familiares: A expansão do agronegócio nas últimas duas décadas impulsionou fortunas locais e aumentou a concentração de renda em municípios de alta produtividade.
Renda per capita elevada: Mesmo com desigualdades internas profundas, Mato Grosso apresenta índices de renda per capita acima da média nacional, o que reflete um topo extremamente rico e uma base ainda vulnerável.
Disparidades internas
Os dados reforçam também o contraste dentro do próprio estado. Enquanto municípios como Sorriso, Sapezal e Campo Novo do Parecis concentram alguns dos maiores PIBs agrícolas do país, cidades menores convivem com baixa renda média e dependência de programas sociais.
A presença acima da média de ultra-ricos mato-grossenses evidencia esse descompasso regional.
Ricos onde?
A maior participação do 0,1% aparece em estados:
- Agroexportadores (MT, MS, PR)
- Com grande presença de altos cargos públicos (DF)
- Com concentração de grandes empresas e serviços financeiros (SP, RJ)
Estados com menor estrutura econômica, como Roraima, Pará e Acre, apresentam recortes mais baixos.
Renda que concentra poder
O mapa da elite econômica brasileira revela que os ultra-ricos detêm 10,5% de toda a renda nacional, apesar de representarem apenas 0,1% da população. Essa concentração tem efeitos diretos na economia, na política e na formulação de políticas públicas.

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