Depois de 14 altas seguidas, vendas no varejo caem
As vendas no varejo caíram 2,8% no mês passado em comparação com as de junho de 2011. passado. Os dados foram divulgados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). As duas instituições informaram também que a inadimplência do consumidor caiu 0,27%, na mesma base de comparação.
A queda de vendas no varejo em junho foi a primeira baixa do indicador após 14 elevações seguidas, disse o professor da Universidade de São Paulo (USP) e consultor do SPC Brasil Nelson Barrizzelli. Os dados foram coletados com base em consultas feitas pelos comerciantes no momento de efetuar as vendas em cheque ou no crediário. A última queda, de 5,17%, tinha sido registrada em março do ano passado.
“A consulta é feita quando a venda está sendo realizada. É um mês atípico [junho], porque, sazonalmente, segue-se a maio, que é um mês de altas vendas. A diminuição no nível de consultas pode ser conseqüência da menor procura, em junho, por parte do consumidor”, explicou Barrizzelli.
Na comparação com maio, a queda das consultas ficou em quase 5,3%. No primeiro semestre do ano, houve alta de apenas 3,7%. Mesmo com a queda, o professor Barrizzelli destacou que um estudo de sua autoria mostra que, em 11 anos, a tendência de crescimento das vendas no Natal sempre superou o resultado da mesma época do ano anterior. Segundo ele, foram retirados do estudo os efeitos da inflação para que as comparações não sofressem interferência dos índices.
“Nossa expectativa é que, olhando a economia como um todo, teremos um segundo semestre melhor do que o primeiro. O que faz com que uma economia se mantenha ativa é o emprego, o crescimento da renda familiar e da massa salarial”, disse o professor. De acordo com sua análise, são fatores que estão presentes no Brasil no atual momento.
Sobre a inadimplência, o Serviço de Proteção ao Crédito e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas aconselham os comerciantes a “dar crédito a quem pode assumir o crédito”. Barrizzelli lembrou que o risco de dar crédito para quem não pode assumir levou à crise nos Estados Unidos em 2008. "Dar crédito é bom e é importante, pois movimenta a economia, mas tem que ser cuidadoso.
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