Mato Grosso é o próximo estado brasileiro a receber um centro de pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A inauguração da unidade Agrossilvipastoril ocorre nesta sexta-feira (6) em Sinop, município a 503 quilômetros de Cuiabá. As obras foram iniciadas ainda em 2009 e custaram R$ 16 milhões. Outros R$ 14 milhões foram empregados na aquisição de equipamentos, veículos e instrumentalização. Os recursos originaram-se do PAC Embrapa. A unidade mato-grossense é uma das 47 presentes no país e a primeira dentre as três últimas que estavam em fase de construção. O governo ainda entregará a Embrapa Aquicultura e Pesca (TO) e a Cocais (MA).
Chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril, João Flávio Veloso explica que a instituição nasce com o objetivo de difundir tecnologias e focada na realização de pesquisas que auxiliem o produtor brasileiro na utilização de novos modelos de agricultura sustentável, a exemplo dos chamados modelos de integração como aqueles envolvendo lavoura, a pecuária e a floresta. O mecanismo é apontado pelos pesquisadores como aliado do setor produtivo para implementação de práticas sustentáveis.
“Há uma estabilidade ao produtor porque ele não fica dependente de uma só cultura. Outra é a vantagem ambiental. Queremos exercitar o conceito de integração”, declarou nesta quinta-feira, durante entrevista coletiva na sede da Empresa.
A Embrapa nasce em Mato Grosso com um desafio: tornar conhecida a produção integrada no estado campeão brasileiro na produção de grãos e detentor do maior rebanho bovino do Brasil. Também, em um estado onde os dois setores caminham de forma individualizada. Não há estimativa oficial que mostre o número de propriedades no estado que já apliquem a ILPF.
Agrossilvipastoril é o único centro de pesquisas construído em Mato Grosso. São 8,5 mil metros quadrados construídos. De acordo com a Empresa, a unidade conta com 24 laboratórios multiusuários, nas áreas de sanidade animal e vegetal, fitoquímica, biologia molecular, solo, água, biomassa, sementes e mudas.
Em Mato Grosso a sede da Empresa tem 612 hectares. Deste total, 580 hectares são ocupados por campos experimentais de pesquisas na área de ILPF. Em outros 12 hectares estão o Sítio Tecnólogico, além de uma vitrine com produtos desenvolvidos pela Embrapa.
Lineu Domit, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia diz que, sozinha, a Embrapa não terá condições de atender à demanda provocada por todos os produtores. Para isso, está capacitando técnicos para atuarem como transmissores dos conhecimentos adquiridos nos cursos que a Empresa está oferecendo. Serão levados para as propriedades.
Futuro
Sistemas integrados são o futuro, avalia João Flávio Velozo, chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril. “Temos consiciência que os sistemas produtivos vão representar muito com certeza e são o futuro”, comentou.
Em Mato Grosso, segundo o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Austeclínio Lopes de Farias Neto, aproximadamente R$ 7 milhões em projetos de pesquisas estão sendo desenvolvidos no local. Ensaios para estudar a integração lavoura-pecuária-floresta com animais de corte e leite foram montados. Possuem 68 hectares e 50 hectares, respectivamente.
A unidade mato-grossense terá uma equipe de 35 pesquisadores. Outros 35 profissionais da área de pesquisa de outras unidades também estarão em Sinop com trabalhos de diferentes áreas.
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