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Polícia Brasil
Quinta - 05 de Julho de 2012 às 18:49
Por: AGUIRRE TALENTO

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Índios mundurucu fizeram reféns representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) e da Polícia Civil enviados ao local para negociar o fim do conflito iniciado após eles incendiarem na terça-feira (3) um destacamento da Polícia Militar, em Jacareacanga (1.718 km de Belém).

Segundo a Polícia Civil, cerca de 80 índios na cidade foram à cidade protestar contra o latrocínio (roubo seguido de morte) de um índio mundurucu ocorrido há duas semanas.

Um dia após o crime, que ocorreu no último dia 23 de junho, a polícia prendeu quatro suspeitos. Dois deles foram liberados por falta de provas --esse foi o motivo inicial da revolta dos índios nesta semana.

Os mundurucu querem agora que os dois suspeitos do crime que permanecem presos sejam entregues a eles.

Segundo o delegado Sílvio Maués, os índios querem levar os dois presos a suas aldeias e julgá-los de acordo com as leis dos mundurucu. "Os presos estão sob a custódia do Estado. Esse pedido é impossível de ser cumprido", afirmou.

Funai e Polícia Civil não souberam informar qual a punição que os índios querem dar aos supostos autores do crime.

Após o incêndio do prédio da PM, um representante da polícia e outro da Funai foram enviados a Jacareacanga para negociar com os índios: o superintendente de Polícia Civil da região, Edinaldo de Sousa, e o procurador da Funai Sóstenes Magalhães.

Eles, porém, ficaram como reféns dos índios e estão impedidos de deixar a cidade.

De acordo com a Polícia Civil, os mundurucu estão armados com equipamentos roubados do destacamento da PM, mas não ameaçaram os reféns nem praticaram violência.

Até a tarde desta quinta-feira (5) não havia ocorrido progresso nas negociações e o clima era tenso na cidade. Os índios pediram até a presença do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB).

Os dez policiais militares que ficavam em Jacareacanga foram retirados do município para evitar atritos com os índios.

Foi enviado reforço policial à região, mas os cerca de 70 PMs aguardam na cidade de Itaituba, a 400 km de Jacareacanga. Eles só serão acionados em caso de emergência.






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