Marcos Assunção é o atleta mais experiente do atual elenco do Palmeiras, mas nem por isso encara como algo corriqueiro a chance de conquistar a Copa do Brasil. Pelo contrário: o volante, às vésperas de completar 36 anos e que já passou por clubes como Roma e Real Betis, se emocionou nesta terça-feira ao vislumbrar a possibilidade de ser campeão pelo clube alviverde - sobretudo depois do momento complicado que viveu na carreira quando decidiu regressar ao futebol nacional, em 2009, e foi tido como "velho demais".
O especialista em cobranças de faltas chegou ao Palmeiras na metade de 2010, depois de se destacar pelo então Grêmio Prudente no Campeonato Paulista daquele ano. Desde que vestiu a camisa alviverde, contudo, o meio-campista não conseguiu conquistar um título - e sequer disputar uma decisão. Agora, às vésperas da aposentadoria, Assunção não segura a emoção ao vislumbrar as duas finais da Copa do Brasil contra o Coritiba. E não tem pudor em falar que, inclusive, já imaginou como será erguer o troféu.
"Pô, eu sonho com isso. De verdade, bicho. Já sonhei com isso, pensei muito todos os dias desde quando passamos pelo Grêmio (na semifinal). Até antes já pensava nesse momento, nessa imagem. Até sonhei", admitiu Assunção, capitão do Palmeiras desde que o goleiro Marcos oficializou a aposentadoria, na pré-temporada de 2012.
"Para mim é algo que será emocionante, não tenho nem palavra", acrescentou o meio-campista, respondendo de maneira pausada, enquanto construía e reconstruía a mesma cena em seus pensamentos e seus olhos se marejavam e brilhavam a cada vez que tocava no assunto.
Ele mesmo percebeu a comoção, mas não se permitiu começar a chorar. Respirou fundo e externou o que sentia, já com a voz menos embargada. "Temos essa possibilidade de chegar e levantar uma taça de campeão pelo Palmeiras e vai ser emocionante, não tenho nem palavras. Sou um cara que me emociono muito fácil, só de falar fico emocionado", reconheceu o meio-campista, que rapidamente adotou o discurso padrão de atletas e elogiou o rival palestrino: o Coritiba.
"Será muito, muito difícil. Os jogadores do outo lado também deverão dar entrevistas e conversando entre eles que também querem ser campeões. Mas chegar a finais de campeonatos é muito bom, e às vezes você não sabe o que falar, as palavras não vêm. Fico emocionado por estar aqui, por poder disputar uma final no Palmeiras com quase 36 anos, é uma satisfação enorme. Imagine quando eu estiver velho, barrigudo e voltar aqui para rever o amigos e encontrar uma foto minha como campeão. Será muito gratificante. Quero fazer história", acrescentou.
Assunção mencionou a idade que tem por um motivo: para relembrar os clubes que, há pouco tempo, o esnobaram. "Eu cheguei ao Palmeiras com 34 anos, desacreditado, vindo de um Grêmio Prudente. Antes nenhum clube grande me queria, as pessoas achavam que eu era velho e que não suportaria a carga de trabalhos no Brasil. Fiquei de maio a dezembro de 2009 só treinando de segunda a sábado, sem receber nada. Mas querendo jogar, porque eu amo o que eu faço", concluiu.
Marcos Assunção, recuperado das dores que o tiraram da volta da semifinal contra o Grêmio, iniciará com o demais elenco palmeirense a decisão da Copa do Brasil contra o Coritiba nesta quinta-feira, na Arena Barueri, às 21h50 (de Brasília). O jogo de volta será realizado seis dias depois, em 11 de julho, no Estádio Couto Pereira.
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