Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 30 de Junho de 2012 às 13:43

    Imprimir


O enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) à Síria, Kofi Annan, responsabilizou neste sábado a comunidade internacional pela crise política na Síria. O ex-secretário disse que, caso as potências mundiais não cheguem a um acordo, o conflito de 16 meses pode se alastrar pelo Oriente Médio.

"A ameaça de uma extensão regional, uma nova frente para o terrorismo internacional, o espectro de terminar em um conflito sectário, tudo isso em uma das regiões de maior conflito do mundo. Essa é uma situação que todos permitimos que acontecesse", afirmou o ex-secretário-geral da ONU.

As declarações de Annan foram feitas na abertura da reunião dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise política e a onda de violência na Síria. O enviado especial instou o grupo a terminar a divisão entre as potências sobre o conflito entre oposição e o regime de Bashar al Assad.

"Os sírios serão as principais vítimas e seus mortos não serão só a consequência de atos de tortura, mas também o resultado da incapacidade de superar a divisões. A história nos julgará severamente se somos incapazes de seguir na boa direção".

A reunião começou sem acordo entre os países do grupo, especialmente entre o bloco ocidental, formado por Estados Unidos, Reino Unido e França, e Rússia e China, sobre a formação de um governo de união nacional no país árabe.

Fontes da diplomacia americana consultadas pela agência de notícias Reuters afirmaram que as discussões serão "desafiadoras" e pode ser que haja ou não acordo, pois é preciso "um acordo sólido e confiável".

IRÃ

O Irã, que não foi convocado à reunião deste sábado em Genebra por pressão das potências ocidentais, afirmou que apoia as iniciativas implementadas pelo ditador sírio, Bashar al Assad, para tentar solucionar a crise política e rejeita qualquer intervenção estrangeira no país árabe.

Em conversa com Kofi Annan, o ministro de Relações Exteriores persa, Ali Akbar Salehi, também rejeitou a atuação de grupos rebeldes armados contra o regime sírio e chamou-os de "terroristas". "A solução para a Síria é meramente diplomática e a imposição dos pontos de vistas de outros é irracional".

O chanceler iraniano elogiou os esforços do enviado especial para resolver o conflito sírio e espera que a reunião de Genebra tenha resultados construtivos, ao mesmo tempo em que ambos concordaram em manter contatos futuros sobre o assunto.

REUNIÃO

A reunião do grupo dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a crise na Síria começou neste sábado em Genebra, na Suíça, sem previsão de acordo sobre a proposta de um governo de união nacional, proposta pelo enviado ao país árabe, Kofi Annan.

Além dos membros permanentes --Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido-- e de Annan, o evento conta com a participação de Iraque, Kuwait e Qatar, membros da Liga Árabe, e Turquia, além da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

O secretário britânico de Relações Exteriores, William Hague, afirmou antes da reunião que um acordo sobre a transição na Síria continua sendo incerto em consequência da oposição de Rússia e China. "Não conseguimos um acordo com Rússia e China. Continua sendo difícil e não sei se será possível", disse Hague.

"Um futuro estável para a Síria implica que [o ditador sírio, Bashar al] Assad deixe o poder", completou.

Moscou e Pequim, no entanto, não compartilham a opinião, em particular a Rússia, que descarta que a saída de Assad seja uma condição indispensável para uma transição na Síria.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/47785/visualizar/