O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira investimentos de R$ 994 milhões no setor de saúde até 2014. A prioridade será o fortalecimento da pesquisa e da produção de medicamentos e equipamentos médico-hospitalares no País, disse o ministro durante seminário sobre saúde e desenvolvimento.
"Nossa estimativa é que, com as margens de preferência dadas a 80 itens nacionais que poderão ser comprados com preços até 25% superiores aos dos concorrentes internacionais, combinada à ampliação da capacidade de financiar a renovação e melhoria dos equipamentos médico-hospitalares, podemos ter um impacto positivo de reduzir em US$ 2 bilhões as importações desse tipo de equipamento no País", ressaltou o ministro.
De acordo com Padilha, o governo vai também estimular ainda a produção de biotecnológicos, que representam aproximadamente 30% do orçamento da pasta da Saúde, embora estejam presentes apenas em 5% das unidades de tratamento no País.
Ele anunciou uma série de iniciativas para estimular a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e a produção nacional, entre elas, nove novas parcerias público-privadas para este ano, além das 34 já existentes, para a produção de equipamentos, medicamentos e vacinas.
Em pouco mais de um ano, o poder de compra de medicamentos do governo cresceu de 5,8% para 12,5% sobre o orçamento final (R$ 1,9 bilhão para R$ 7,7 bilhões). O governo oferece 810 medicamentos gratuitos à população e a produção nacional de medicamentos gerou economia de R$ 400 milhões para o ministério em 2011.
"Hoje a saúde mobiliza 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país ou R$ 364,58 bilhões. Isso é mais do que o agronegócio ou o turismo conseguem mobilizar", disse Padilha. Ele lembrou que cerca de 90% do mercado de vacinas é movimentado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que o setor emprega 10% da força de trabalho do País.
Outra estratégia para aumentar a demanda por produtos nacionais na área da saúde é uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para oferecer aos Estados e municípios uma nova linha de financiamento para compra de equipamentos com 60% de componentes nacionais, o que pretende dobrar o investimento direto em equipamentos médico-hospitalares com conteúdo nacional.
"É mais um esforço para estimular a compra de equipamentos médico-hospitalares produzidos aqui, que têm um impacto muito importante na economia, sobretudo, no setor privado brasileiro, e assim ajudar a reverter o déficit de balança comercial que existe na compra de bens no nosso País". O ministro não divulgou o valor do financiamento ou uma previsão para o lançamento da linha de crédito.
A perspectiva de crescimento da indústria da saúde é de 9,8% e o déficit da economia da saúde gera cerca de US$ 10 bilhões por ano, sendo US$ 3,18 bilhões somente em equipamentos, máquinas e materiais, segundo dados do ministério.
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