Produtividade de construtoras cresce após onda de IPOs, segundo FGV
A produtividade das construtoras brasileiras aumentou, em média, 3,1% ao ano entre 2006 e 2009, revertendo o desempenho negativo nos três anos anteriores, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, divulgado nesta sexta-feira (29).
A variável é medida pela combinação entre mão de obra e mecanização, somada a capital investido.
Com base na Pesquisa Anual da Indústria da Construção, do IBGE, o levantamento considera justamente o período em que o setor imobiliário viveu um movimento de ofertas públicas iniciais de ações (IPO em inglês), garantindo maior entrada de recursos no caixa das grandes construtoras.
"A construção tornou-se mais eficiente nos últimos anos, com as empresas capazes de produzir mais e agregar à economia do país", disse a economista e coordenadora de projetos da FGV, Ana Maria Castelo, durante o Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em Belo Horizonte.
De 2003 a 2006, o indicador de produtividade total havia registrado queda anual média de 0,8%.
Segundo Castelo, a aceleração da produtividade das companhias nos três anos até 2009 refletiu, principalmente, nos investimentos em máquinas e equipamentos, além de qualificação de mão de obra.
O crescimento anual médio da produtividade das empresas entre 2006 e 2009 foi puxado pelo item valor adicionado, que cresceu 19,5% no período, seguido por emprego, que avançou 14,5%.
SINAL AMARELO
Por outro lado, a produtividade das empresas tende a desacelerar, considerando a redução do ritmo de operações iniciada no ano passado.
"O setor atingiu o auge em 2010. No período mais recente acendeu a luz amarela", afirmou. "O setor precisa resolver travas importantes para que esse desempenho se sustente."
Ainda de acordo com a economista, a escassez de mão de obra foi apontada no estudo como a maior dificuldade enfrentada pelas construtoras, ressaltando a necessidade de investimentos em qualificação.
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