A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) informou nesta quinta-feira que dará apoio jurídico a um dos filhos do jornalista Vladimir Herzog, Ivo, na tentativa de reabrir o inquérito sobre a morte do jornalista, nas dependências do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo, em 1975. O laudo na época apontou a causa da morte como asfixia mecânica, mas a família afirma que o jornalista foi torturado e assassinado pela ditadura militar.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA), notificou em março o Estado brasileiro para prestar contas a respeito da morte de Herzog, encontrado enforcado. Neste mês, o governo brasileiro respondeu à OEA que a Lei da Anistia impede que se abra uma investigação sobre a morte.
A família também quer a retificação do atestado de óbito de Herzog. "Foi em cima desse atestado que eles montaram essa farsa", afirmou Ivo, em encontro com o presidente da seccional. Wadih Damous. Para Damous, já passou da hora de o Estado brasileiro admitir publicamente que Herzog foi torturado e morto.
Os dois filhos e a viúva do jornalista tentarão mais uma vez que seja cumprida decisãio da Justiça, de 1978, que determinou a abertura de um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias e os responsáveis pela morte. "É muito ruim para a imagem internacional do Brasil que o País continue a sofrer condenações da Corte Interamericana de Direitos Humanos por leniência na apuração dos crimes praticados por agentes públicos à época da ditadura militar", disse o presidente da OAB-RJ.
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