A confirmação de um caso de tuberculose e de mais quatro contaminações pela doença deixou em alerta as autoridades em saúde do município de Campo Verde, distante 139 quilômetros de Cuiabá, no sul de Mato Grosso. A preocupação é que haja um surto da doença, já que os casos ocorreram em uma comunidade escolar do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT).
O estudante com tuberculose faz o curso técnico em agropecuária e mora em um dos alojamentos do campus São Vicente do IFMT, que fica na rodovia BR-364 próximo a Campo Verde. A instituição dispensou os alunos por conta da greve dos professores e funcionários.
Os estudantes que mais tiveram contato com o colega doente passaram por exames na cidade de Campo Verde e quatro deles foram contaminados pela bactéria mas não desenvolveram a doença. "Esses quatro não estão com a doença tuberculose. Estão tomando a medicação", observou a coorderadora de Vigilância em Saúde de Campo Verde, Aline Xavier.
De acordo com os médicos, a transmissão da bactéria que causa a tuberculose é direta, de pessoa para pessoa. O doente ao espirrar, tossir ou falar acaba expelindo gotículas de saliva que são aspiradas por quem está por perto, provocando a contaminação.
O diretor geral substituto do IFMT, Marcos Peixoto, afirma que as aulas foram suspensas, mas não por conta do caso de tuberculose. "Na quarta-feira de manhã houve uma assembleia e foi deflagrada a greve. Como tem 72 horas para entrar em greve, ela começaria na segunda-feira (25). Na quinta, de manhã, os alunos se reuniram e decidiram que já não entrariam mais em sala de aula em protesto à greve", disse Peixoto.
O campus de São Vicente do Instituto Federal de Mato Grosso fica localizado no município de Santo Antônio de Leverger, mas a comunidade da região procura, na maioria das vezes, atendimento médico em Campo Verde, que fica próximo ao instituto. No campus estudam 320 alunos em forma de internato, mas a unidade atende a cerca de 600 estudantes.
"O instituto tem um núcleo avançado em Campo Verde com vários cursos. Esse pessoal tende a vir para o município diariamente. Nós nos preocupamos, colocamos em alerta nossa Vigilância para que evitássemos o contato, a continuidade da doença", explicou o secretário de Saúde de Campo Verde, Wisley Clemente.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Mato Grosso, no ano passado foram registrados 1.138 casos da doença no estado. Os sintomas mais comuns são tosse seca, secreção por quase um mês, cansaço, perda de peso e fraqueza.
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