Integrantes do MST entraram em conflito com seguranças da propriedade. (Foto: Assessoria Agropecuária da Amazônia/ Divulgação)
Um grupo de mais de 300 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu na manhã desta quinta-feira a fazenda Credo, em Marabá (PA). Os manifestantes entraram em conflito com seguranças da propriedade e, segundo a Polícia Militar (PM), 12 campesinos teriam sido feridos, entre eles uma criança. A fazenda é uma propriedade do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity.
A PM e a Polícia Civil foram ao local, que fica a 48 km da sede do município de Marabá. Os agentes retiraram os seguranças da propriedade, que foram levados à delegacia para prestar depoimento.
Entre os feridos, duas pessoas continuam internadas no Hospital de Eldorado de Carajás. A criança atingida no conflito já foi liberada. De acordo com o delegado Alberto Teixeira, a situação no local está controlada.
Em nota, o MST afirmou que realizava um ato contra o desmatamento, o uso intensivo de agrotóxico e grilagem das terras públicas em frente à propriedade. "Fomos recebido com muitos tiros por parte da escolta armada", declarou Charles Trocatte, dirigente do movimento.
Durante os protestos, os seguranças da fazenda teriam recebido os membros do MST armados com equipamentos de efeito não letal - munidos com balas de borracha -, o que originou os confrontos. Logo após o conflito, cerca de 500 pessoas que estavam acampadas bloquearam um trecho da rodovia BR-155, à altura do km 290, o que gerou um engarrafamento de cerca de cinco quilômetros.
"Agora estamos em processo de negociação para a liberação da BR-155 e verificando se os tiros que atingiram as vítimas foram realmente originados por armas não letais", explicou o delegado. O inquérito foi instaurado e o fato será investigado.
Daniel Dantas é acusado de lavagem de dinheiro no Reino Unido e nos Estados Unidos, através de um fundo de investimentos. Além disso, o banqueiro foi condenado a 10 anos de prisão pela tentativa de suborno a um delegado durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, realizada contra crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal. Ele teria oferecido US$ 1 milhão para que seu nome e o de membros do Opportunity fossem retirados do inquérito. Em 2011, no entanto, a pena foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça.
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