Avianca Brasil eleva investimentos em 8% até 2016
A companhia aérea Avianca Brasil anunciou nesta quarta-feira que elevou seu plano de investimentos no país, de r$ 2,7 bilhões para cerca de r$ 2,9 bilhões até 2016, aumentando a programação de crescimento de sua frota este ano num momento em que está sendo forçada a ceder passageiros a rivais por causa do alto nível de ocupação de seus aviões.
O movimento vai contra estratégias adotadas pelas líderes TAM e Gol, que estão enxugando a oferta de assentos para melhorar a rentabilidade em meio a uma alta nos custos com combustível e à desaceleração da demanda doméstica frente a anos anteriores.
A Avianca Brasil é controlada pelo grupo brasileiro Synergy e ocupa a quinta posição em participação de mercado no país. A empresa elevou de 5 para 8 o número de aviões que pretende incorporar à sua frota este ano.
A companhia havia feito um pedido de 15 Airbus A318 em 2011 e o plano original previa recebimento de 5 unidades este ano e outras 5 em 2013, após entrega de 5 no ano passado. Mas, diante da taxa de ocupação média de cerca de 80% de seus aviões, a empresa resolveu adicionar mais 3 aviões à programação deste ano, sendo 1 A319 e 2 A320.
Com isso, a frota da empresa, que afirma oferecer o maior espaço entre poltronas do mercado brasileiro e refeições gratuitas em voos, vai passar de 26 para 34 aviões em 2012, incluindo 14 Fokker MK28.
As três aeronaves adicionais fazem parte de pedido de 24 aviões feito pelo grupo Synergy no ano passado e que têm entregas previstas para até 2017, disse o presidente da Avianca Brasil, José Efromovich.
"No início deste ano ainda não tínhamos certeza (sobre o incremento nos planos de frota), mas no meio do ano surgiu a possibilidade de alocar esses aviões para o Brasil", disse Efromovich.
Além da Avianca Brasil, o grupo Synergy detém o controle da aérea latino-americana AviancaTaca, que em 2011 fez pedido de 51 aeronaves junto à Airbus.
"Temos certeza hoje que estamos tendo um "spill" (excesso de passageiros ante a oferta de assentos) muito maior do que a indústria. Isso é gente que gostaria de voar com a gente, mas que não está podendo", acrescentou o Efromovich, citando que os voos da empresa na ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo estão operando com uma taxa de ocupação média de 90%.
Os novos aviões vão reforçar a atual malha da companhia aérea, o que inclui oferta de voos para Maceió, até agora única capital do Nordeste não atendida pela empresa, a partir de setembro. "Pretendemos interligar com voos diretos as cidades atendidas pela empresa", disse o executivo.
Segundo Efromovich, o restante do pedido de aviões da Synergy pode ser guiado para o Brasil, dependendo do crescimento da Avianca Brasil.
Entre 2008, quando começou a reestruturação da Avianca no Brasil, e 2011, o faturamento da empresa passou de R$ 392 milhões para R$ 876 milhões. Efromovich evitou fazer projeção para 2012, mas citou que a empresa pretende transportar 5,2 milhões de passageiros este ano, ante 3,3 milhões em 2011, um crescimento de 57%.
O executivo afirmou que a Avianca Brasil, que vem apresentando resultados negativos desde 2008, tem "expectativa de estar muito próxima do equilíbrio financeiro", mas não citou quando isso pode ocorrer.
PARCERIAS
Além do aumento na frota, a Avianca Brasil anunciou parceria com a empresa de locação de veículos norte-americana Hertz para concessão de descontos aos passageiros da companhia aérea. Efromovich afirmou que a parceria com a Hertz é a "primeira de muitas" que a empresa pretende firmar.
O executivo comentou que a Avianca Brasil manterá por pelo menos mais um ano o programa de fidelidade "Amigo" da companhia, apesar da AviancaTaca anunciar na quinta-feira o ingresso na aliança internacional Star Alliance.
"A infraestrutura de TI (tecnologia da informação) no Brasil ainda não está pronta. Isso exige muito investimento e tempo para implementar", disse Efromovich. Ele acrescentou que a empresa, por ser independente da AviancaTaca, não "tem obrigatoriedade" de se juntar à Star Alliance se optar por seguir uma aliança internacional.
Atualmente o programa Amigo tem 1,3 milhão de membros e a expectativa da empresa é chegar aos 2 milhões até o fim do ano.
Efromovich afirmou ainda que a companhia irá avaliar os números da aérea portuguesa TAP quando o governo de Lisboa definir o calendário de privatização da empresa.
"Quando ela apresentar os números, nós vamos ver (os dados) como qualquer grupo que participa do mercado de aviação comercial olharia (...) Não somos maior pretendente e nem estamos loucos para comprar alguma empresa", disse o executivo.
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