Eles são acusados da morte de um homem, detido durante uma blitz em 1986, em Cuiabá
Delegada e três policiais civis serão julgados por homicídio
A delegada Helena Yloise de Miranda e agentes Francisco Dário Lourenço, Jorge Aparecido Franco e João Luis de Campos Lemos, da Polícia Judiciária Civil, serão julgados, em Cuiabá, nesta quarta-feira (20), pelo assassinato de Basílio Bogado Ávila, ocorrido no dia 22 de novembro de 1986.
O caso vai para o Tribunal do Júri quase 26 anos depois após vários recursos impetrados pelos acusados, em instâncias superiores.
A denúncia ocorreu em 1998 e, desde então, houve recursos tanto da parte da delegada como dos investigadores.
Segundo o Ministério Público Estadual, eles serão julgados por homicídio qualificado – recurso que dificultou a defesa por parte da vítima.
Conforme denúncia do MPE, Basílio foi detido de forma irregular – não sabendo se por acusação de furto ou tráfico –, na então Delegacia do Complexo do CPA, hoje desativada.
No dia seguinte, ele apareceu morto na BR-364, na saída para Rondonópolis, com quatro tiros.
Para o Ministério Público, Basílio foi executado. Uma testemunha informou ter visto um Fusca branco parado nas proximidades e, em seguida, ouviu quatro tiros.
O tiro na perna, segue a denúncia, “é típico de policial para tirar serviço, uma vez que dói mais”.
Além disso, o exame grafotécnico do documento assinado pela vítima, que fora liberada um dia antes do crime, comprovou não ser de Basílio a assinatura.
A defesa da delegada e dos policiais alegam que não existem provas da participação deles no crime.
Jogo do bicho
Em 2077, quando era delegada da cidade de Cláudia (620 km ao Norte de Cuiabá), Helela Yloise de Miranda foi presa, juntamente com o delegado Richard Damasceno, de Sinop (500 km ao Norte da Capital), durante a Operação Arrego.
Ambos foram acusados de receber suborno do jogo do bicho, mas negaramm. As suspeitas surgiram após uma operação, em Cláudia, conduzida pelos dois, para combater o jogo.
O Ministério Público Estadual, na ocasião, apresentou à Justiça escutas telefônicas onde eram mencionados os nomes dos dois delegados e supostos repasses de dinheiro para que concorrentes do bicheiro João Arcanjo - então preso em Cuiabá e supostamente comandando os esquema do Grupo Colibr i - fossem presos.
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