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Agronegócios
Domingo - 17 de Junho de 2012 às 17:00
Por: Vívian Lessa

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Reprodução/TV Integração
Armazéns podem garantir eficiência do produtor.
Armazéns podem garantir eficiência do produtor.

A eficiência na armazenagem de grãos pode garantir ao produtor brasileiro maior rentabilidade na hora de vender a safra. A falta de estabelecimentos adequados para estocar a produção nacional é um dos problemas que causa preocupação no setor. Com a necessidade de fazer o escoamento rápido, o agricultor não consegue esperar o melhor momento para comercializar a produção.

Na época da colheita o produtor deixa de ganhar, em média, 20% dos valores da soja ou do milho cotados na período da plantio. O analista de planejamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Paulo Morceli, afirma que a falta de opção do produtor para garantir os melhores preços  é um problema que pode ser sanado individualmente. Os números foram apresentados durante o Congresso Brasileiro da Soja realizado em Cuiabá (MT).

Em um levantamento mais detalhado ele constatou que, em Sorriso e Sinop, municípios a 420 km e 503 quilômetros de Cuiabá, o preço da soja chegou custar R$ 40,27 a saca no mês de dezembro de 2011, quando atingiu o seu melhor desempenho, sendo época de plantio do grão. Em contra-ponto, o produto chegou a ser comercializado ao mínimo de R$ 33,37 a saca no período de colheita. O mesmo aconteceu com o milho, cujo valor variou de R$ 12,57/sc a R$ 15,85/sc do plantio para a colheita do grão, respectivamente.

Segundo ele, a expectativa da construção de novos armazéns pode fazer com que o Brasil  amplie de 10% para 30% a participação de propriedades rurais com estabelecimentos próprios para estocagem dos grãos. "Nos Estados Unidos, cerca de 65% dos produtores têm armazéns". O analista pontua que o cenário na estocagem de grãos piora a cada ano,  com a constatação dos aumentos de produção.  Neste ano, por exemplo, o milho deve alcançar R$ 13 milhões de toneladas, frente aos 7 milhões de toneladas da safra anterior.

"Considerando uma capacidade de estocar em 142 milhões de toneladas e a produção de 158 milhões de toneladas, temos um volume que corre o risco de ser armazenado a céu-aberto", diz Morceli.  Ele afirma que o governo tem interesse de promover esse investimento a ponto que de disponibilizar aproximadamente R$ 1 bilhão para a finalidade. "No entanto, na última safra, apenas 33% do volume foi usado. Está sobrando recursos para investir na construção de armazéns".

Além disso, explica que para diminuir os impactos da falta de armazéns a mudança deve ocorrer da porteira para dentro. Conforme ele, o produtor precisa melhorar a gestão de estoque e de comercialização para que não tenha prejuízos na safra. "A construção de estabelecimentos com capacidade de até 20 mil toneladas deve ser analisada. Estudos mostram que um armazém com esse espaço de armazenagem tem o mesmo custo de implantação que um estoque com capacidade de 50 mil toneladas". Quanto à gestão na comercialização, Morceli ressalta que o produtor precisa ficar atento às mudanças do mercado que se referem ao preço.





Fonte: Do G1 MT

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