A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva disse acreditar que ainda há tempo hábil para um acordo nas negociações, o que vai garantir o sucesso da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Ela participou neste sábado de um ato organizado pelo Comitê em Defesa das Florestas e Desenvolvimento Sustentável contra o Código Florestal, na Cúpula dos Povos, que contou com a presença de diversas lideranças ambientais e representantes do Legislativo.
"O Brasil tem todas as condições de protagonizar um esforço para que façamos uma avaliação verdadeira do que foi feito ou não. Buscar mediar, junto com os demais países, que a crise econômica não pode deixar em segundo plano a crise ambiental. Há tempo, até porque agora a prerrogativa de fazer essa mediação está entregue ao Brasil. É a grande oportunidade de revisitarmos os compromissos e corrigirmos os rumos", disse Marina.
Segundo Marina Silva, o sucesso da conferência está nas mãos de todos os líderes do planeta, mas o Brasil tem um papel importante. "Nós não podemos tirar responsabilidade deles, mas o país anfitrião tem uma responsabilidade maior."
Perguntada se estava otimista ou pessimista com os rumos da conferência, Marina disse que está persistente. "Cobro que o Brasil continue sendo o país que lidera pelo exemplo. Nós fizemos isso em Copenhague. O Brasil constrangeu os que queriam fazer menos podendo fazer mais quando assumiu metas de redução de dióxido de carbono", afirmou Marina.
Sobre o evento que havia participado, contra o Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional e vetado em parte pela presidenta Dilma Rousseff, a ex-ministra do governo Lula fez questão de esclarecer que não se tratava de um ato de oposição política.
"Nós não estamos aqui em uma atitude de oposição. É em uma atitude de quem tem posição. E a nossa é que o Brasil não pode perder a chance de continuar avançando na agenda do desenvolvimento sustentável. Não pode mudar sua legislação em nome do lucro imediato, fazendo tábula rasa dos esforços de mais de 30 anos de diferentes governos", concluiu a ex-ministra.
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