Territórios ultramarinos da França votam no 2º turno
Os territórios ultramarinos da França votam neste sábado no segundo e definitivo turno das eleições legislativas do país, que renovarão a composição da Assembleia Nacional (casa baixa do Parlamento) e têm como favoritos os candidatos do Partido Socialista, o mesmo do presidente François Hollande.
A votação deste sábado é realizada na Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Saint-Barthélemy, Saint-Martin, Saint-Pierre-et-Miquelon e Polinésia Francesa, além dos franceses que residem nos Estados Unidos.
Este pleito precede a jornada eleitoral na metrópole francesa, que será realizada neste domingo. Ao todo, 46 milhões de franceses estão cadastrados para elegerem os candidatos que ocuparão as 577 cadeiras da casa baixa do Parlamento, representantes do mesmo número de distritos eleitorais.
Das 577 circunscrições, 36 já haviam ratificado seus vencedores no primeiro turno do pleito, realizado nos últimos dias 9 e 10. Deles, 22 são do PS (Partido Socialista), que busca conseguir a maioria absoluta com seus aliados mais próximos da esquerda.
PESQUISAS
Nas pesquisas divulgadas na sexta-feira, último dia autorizado por lei para a publicação de estatísticas sobre os candidatos, o PS se destacava como claro ganhador. Mas a dúvida está em saber se a legenda conseguirá obter sozinha as 289 cadeiras que garantem automaticamente a maioria absoluta na câmara baixa do Parlamento francês.
O instituto Ipsos prevê que o PS alcançará entre 284 e 313 deputados na Assembleia Nacional, enquanto o OpinionWay indica que a legenda obterá, junto com seus aliados radicais, entre 295 e 330 cadeiras.
A margem de votos que os socialistas conseguirem será crucial para definir a governabilidade do Executivo de Hollande e o poder que o partido presidido pelo político Jean-Marc Ayrault terá nos próximos cinco anos para aplicar políticas que serão guiadas por um ambiente econômico de crise.
Alguns analistas consultados pela Agência Efe nos últimos dias indicam que a maioria absoluta dos socialistas permitiria a Hollande adotar políticas menos inclinadas à esquerda e voltadas à aplicação de um plano de ajuste destinado a evitar o contágio da crise da zona do euro.
Além disso, uma clara vitória do PS significaria quase uma carta branca a Hollande para se dedicar à tarefa de recompor a relação com a Alemanha, abalada nos últimos dias justamente devido às divergências do chefe de Estado francês com a chanceler Angela Merkel sobre a maneira de lidar com a crise da dívida na Europa.
O segundo turno das eleições legislativas francesas - nas quais se espera um elevado nível de abstenção, após os quase 43% do primeiro turno - ocorre após uma semana intensa na cena política.
TUÍTE DA DISCÓRDIA
A polêmica veio à tona quando a companheira de Hollande, a jornalista Valérie Trierweiler, publicou um tweet de apoio ao candidato Olivier Falorni. Além de dissidente do PS, Falorni disputa uma vaga na Assembleia Nacional contra a socialista Ségolène Royal, ex-mulher do presidente francês.
A França acompanha atenta também o comportamento da legenda de extrema-direita FN (Frente Nacional), de Marine Le Pen. O partido, de ideias xenófobos, tem grandes chances de conseguir a porcentagem mínima de votos necessária para voltar à Assembleia, da qual está ausente desde 1988.
O enfraquecimento dos conservadores da UMP (União por um Movimento Popular) - partido do ex-presidente Nicolas Sarkozy - foi um dos fatores que possibilitou a ascensão da FN e evitou a exclusão da extrema-direita das atuais eleições.
A porcentagem de votos dos conservadores neste pleito será crucial para a linha política da direita francesa e para a escolha do presidente da UMP, durante o congresso da legenda que será realizado a partir de setembro.
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