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Nacional
Sexta - 15 de Junho de 2012 às 13:36

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O cineasta Carlos Reichenbach será enterrado nesta sexta-feira (15), às 17h, no cemitério Redentor, na zona oeste de São Paulo.

O velório está sendo realizado no MIS (Museu da Imagem e do Som), também na zona oeste da cidade. Durante a madrugada, passaram pelo local, além da família, amigos, jornalistas, ex-alunos e cineastas, como Tatá Amaral.

"Carlão morreu no dia no aniversário como se completasse um ciclo. Ele sempre chegava no meio escritório e tirava algum DVD da sacolinha que andava. Era uma figura. Sempre me dizia que o cinema deveria custar o preço de uma passagem de ônibus", afirmou Adhemar Oliveira, dono da rede Arteplex, durante o velório.

Reichenbach morreu na tarde de quinta-feira (14), em São Paulo, no dia em que completou 67 anos, vítima de um infarto.

Carlos Reichenbach

Rafael Hupsel - 23.dez.08/Folhapress
O cineasta Carlos Reichenbach posa para foto em sua residência, em São Paulo (SP) Leia mais

A atriz Betty Faria, amiga do diretor, afirmou que eles planejavam um novo filme. "Ele era um grande mestre, conhecia profundamente o cinema. Ele estava sentindo dor. Parece que ele chamou a Lígia para dar um abraço e morreu. Estou muito triste, perdi um amigo. Um homem bom. Foi com ele que ganhei o meu primeiro Kikito [prêmio do Festival de Cinema de Gramado]. O coração dele parou."

Nascido em Porto Alegre, Reichenbach fez carreira no cinema nacional a partir de São Paulo. Participou de movimentos como o Cinema Marginal e o cinema da Boca do Lixo.

Dirigiu 22 filmes, entre eles, títulos fundamentais para a história do cinema nacional como "A Ilha dos Prazeres Proibidos", de 1979, "Império do Desejo", de 1981 e "Garotas do ABC", lançado em 2003. Seu filme mais recente foi "Falsa Loura", de 2007.

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, afirmou que o país perdeu um grande cineasta e que sentirá sua falta.

"Um cineasta inquieto, vanguardista que, por trilhar caminhos menos usuais entre os cineastas tradicionais, foi taxado como autor de filme marginal e da Boca do Lixo. No entanto, apaixonado pelo cinema em si, foi autor de obras-primas como "Anjos do Arrabalde" e "Álma Corsária", entre outras", afirmou, em nota.

André Sturm, diretor do Museu da Imagem e do Som, declarou que "o que havia de mais empolgante em Carlos Reichenbach era sua paixão pelo cinema".

"Conheci o Carlão [como era conhecido Carlos Reichenbach] quando frequentava o cineclube da FGV (Fundação Getúlio Vargas). No começo dos anos 1990, a gente se reunia aos domingos na casa do cineasta Cecílio Neto e todo mundo ficava em volta dele, ouvindo-o falar sobre os filmes que tinha visto. Ele gostava muito de Godard, Samuel Fuller (1912-1997) e Dario Argento, que fazia filmes de terror italiano."

Carlos Augusto Calil, crítico e professor de cinema, disse que Reichenbach era um dos últimos representantes dos cineastas cinéfilos. "Havia uma certa inocência no seu cinema, que era algo que fazia por prazer e por gosto, sem objetivos bem definidos. Pessoalmente, era uma figura muito generosa. Seus filmes de que mais gosto são "Anjos do Arrabalde" e "Filme Demência"."






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