Antes, os times voltam ao Brasileirão. O Grêmio enfrenta Náutico, domingo, às 18h30min, nos Aflitos. O Palmeiras recebe o Vasco, domingo, às 16h, em Barueri.
Jogo de xadrez
Uma cobrança de falta na trave, ou seja, chance de gol, é a melhor maneira de definir um primeiro tempo escasso de oportunidades. Não fosse a firme e ao mesmo tempo bonita batida de Fernando, o goleiro Bruno seria um mero espectador. Fruto da postura defensiva do Palmeiras, que não deixou Victor atrás do colega de profissão: o camisa 1 do Grêmio foi para o intervalo, ao usar o jargão popular, sem sujar o calção.
Fernando e Daniel Carvalho na partida
(Foto: Lucas Uebel / Site Oficial do Grêmio)
Foi assim que começou a decisão entre Tricolor e Verdão. Nem a surpreendente escalação de Kleber (no lugar de André Lima), depois de passar 73 dias em recuperação de fratura na fíbula da perna direita e atuar em parte de dois jogos no Brasileirão, mudou o panorama. Parecendo prever a estratégia de Vanderlei Luxemburgo, Luiz Felipe Scolari também mudou: improvisou o zagueiro Henrique na vaga do volante Márcio Araújo.
Então, com dois times atuando da mesma forma, no tradicional esquema 4-4-2, os sistemas defensivos prevaleceram aos ofensivos. A marcação foi feita com disposição incrível. Cada centímetro do gramado era disputado como um faminto faz para conseguir um prato de comida. Resultado: chegar à área rival só era possível em cobranças de faltas.
O temido Marcos Assunção teve duas chances. A primeira, igualmente a primeira do jogo. Aos 18 minutos, levantou e Henrique desviou para fora. Outra, poucos antes do intervalo, interceptada por Werley. O Grêmio, sem criatividade e preso à marcação, ainda teve a desatenção de Kleber no que poderia ser uma boa chance. Ao arrancar livre, o Gladiador desistiu do lance ao imaginar ter o árbitro marcado toque de mão. Um nítido sinal de que ainda se ressente de melhor ritmo de jogo.
A sorte ajudou quando Pará correu tipo um velocista nos 100m para desarmar Luan, livre frente a frente com Victor. A disputa continuou assim, com um movimento de um lado, resposta do outro, como disputa de xadrez, até os 43 minutos. Numa falta, claro, Fernando bateu. Mas a trave manteve a igualdade.
Faltou pontaria
O jogo continuou igual. Nenhum dos dois times conseguia ter vantagem. Então, Luxa mudou. Troca dupla: André Lima e Marcelo Moreno nos lugares de Miralles e Kleber. E? O Palmeiras passou a jogar melhor.
Kleber começou a partida no Olímpico (Foto: Alexandro Auler / Agência Estado)
A dupla que entrou deixou o Grêmio sem mobilidade. Os zagueiros palmeirenses conseguira trocar os chutões por passes. Marcos Assunção e Daniel Carvalho, então, passaram a organizar o time. E os movimentos de Luan e Barcos sempre eram perigosos.
Em um deles, aos 25, o centroavante argentino girou sobre Gilberto Silva e bateu por cima do gol de Victor. A primeira chance do segundo tempo. Teve outra: Luan foi à linha de fundo e cruzou. O camisa 9 se antecipou a Werley e desviou para fora. E não parou aí. Daniel Carvalho lançou. Barcos só não fez pois Gilberto Silva afastou.
O Grêmio foi ameaçar apenas aos 32. Rondinelly, que entrara na vaga de Marco Antonio, descobriu Para, este cruzou para trás e André Lima cabeceou para fora.
Estrela de Felipão brilha
Acostumado a brilhar no Olímpico nos anos 1990, Felipão repetiu o gesto. Colocou Mazinho aos 40 minutos, no lugar do pouco produtivo Daniel Carvalho, e o jogador abriu o placar, ao desviar chute em frente a Victor. Aos 45, o golpe fatal e surpreendente. Barcos, de cabeça, marcou o 2 a 0 encaminhou a vaga palmeirense à final.
Ao Grêmio, resta reverter em Barueri. Promessa de mais um duelo tenso, na próximo quinta-feira.
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