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Saúde
Quarta - 13 de Junho de 2012 às 21:23

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A visão responde por 85% de nossa integração com o meio ambiente e ainda assim é negligenciada pelo trabalhador brasileiro. Prova disso, é o aumento da incidência dos traumas oculares no ambiente de trabalho, enquanto outros tipos de acidentes laborais tiveram queda. Só para se ter uma idéia, o número de traumatismos no olho e órbita ocular mais que dobrou entre 2008 e 2010 segundo relatórios da Previdência Social. Saltou neste período de 2,3 mil para 4,7 mil. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, pode significar um aumento exponencial dos custos corporativos. Isso porque, este ano as empresas devem devolver aos cobres públicos R$ 67 milhões referentes a acidentes laborais e para cada R$ 1 segurado pela previdência podem ser acrescidos R$ 4 não segurados.

A Previdência também revela que o olho é a quinta parte do corpo mais atingida pelos acidentes de trabalho. Responde por cerca de 4% das lesões, contra a incidência de 4,3% de ferimentos no joelho, 8,6% nos pés (exceto artelhos), 8,7% nas mãos (exceto dedos e punho) e 30,4% nos dedos.

Segundo Queiroz Neto, o movimento no consultório mostra que parte dos acidentes oculares está associada à falta de orientação dos trabalhadores autônomos na escolha dos óculos de proteção ou EPI (Equipamento de proteção individual). Por isso, ele acredita que o número de acidentados seja bem maior que o contabilizado pela Previdência.   “Várias pessoas chegam ao consultório com ferimentos nos olhos e relatam estar usando EPI no trabalho”, afirma. Estes foram os casos de um soldador e um serralheiro recentemente atendidos pelo médico, Isso acontece por uso de EPI inadequada, má iluminação ou ventilação imprópria, diz. Os óculos de proteção adequados podem reduzir em 90% os acidentes oculares. Por isso, acredita que falta uma campanha para esclarecer empresários e trabalhadores.

Como escolher os óculos de proteção

A escolha dos óculos de proteção leva em conta a atividade e o ambiente de trabalho. As principais dicas do médico são:

Proteção lateral total  - Óculos indicado para impedir partículas multidirecionais e penetração de radiação UV (Ultravioleta)

Protetor com perfuração – Permite a ventilação e é ideal para não embaçar a lente em ambientes quentes.

Protetor fixado em tela de aço – Indicado para evitar perfuração ocular por partículas mais pesadas.

Proteção lateral fixa - Para atividade de baixo risco como supervisores e dentistas que precisam manter boa visão periférica.

Cor de lente mais apropriada

Queiroz Neto diz que a cor da lente influi na visão de contraste, cansaço, visual e ofuscamento. As recomendações para melhorar a visibilidade são:

Amarela – Melhora a visão em condições de pouca luz como dias nublados, com neblina e à noite. Também evita o ofuscamento e por isso é indicada para direção noturna.

Cinza – Ideal para prteção contra ao excesso de luminosidade do sol e nos trabalhos de solda.

Verde – Melhora a visibilidade em condições moderadas de luminosidade.

Laranja – Melhora a visão de contraste tanto em dias ensolarados como durante a noite.

Azul ou rosa  - Ideais para descansar os olhos.

Cansaço visual diminui produtividade

O especialista afirma que a maioria dos acidentes oculares acontece depois de 3 horas ininterruptas de trabalho. Por isso, a recomendação é dar uma pausa de 15 minutos depois desse período. Já para quem trabalha no computador a pausa deve ser feita depois de 2 horas. O médico que é autor de três estudos sobre os efeitos do computador na visão diz que 75% dos usuários com até 40 anos e 90% dos que têm idade superior são portadores da síndrome da visão no computador (CVS).  Os sintomas são - ardência, visão embaçada, sensação de areia nos olhos e dor de cabeça. Ele explica que é uma doença ocupacional relacionada, principalmente, a fatores ergonômicos – distância da tela, posição em relação aos olhos e iluminação ambiente.  As principais recomendações são: piscar voluntariamente e pausar 5 minutos a cada duas horas de trabalho. O cansaço visual pode diminuir a produtividade em até 20%,afirma.






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