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Saúde
Quarta - 13 de Junho de 2012 às 00:07

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta terça-feira que desenvolveu a primeira vacina do mundo contra a esquistossomose, doença parasitária que afeta cerca de 200 milhões de pessoas principalmente em países pobres.

Segundo a Fiocruz, os testes clínicos da vacina em humanos demonstraram sua segurança e eficácia.

Os testes foram realizados em 20 voluntários, que ficaram imunes ao contágio da doença, e confirmaram a potencialidade do remédio, cuja eficácia já tinha sido comprovada com animais e em laboratório.

A esquistossomose, que era conhecida antes como bilharzíase, é uma doença parasitária provocada por vermes platelmintos do gênero Schistosoma.

É uma doença comum em países pobres, principalmente da África, América Central e América do Sul, e, apesar de sua taxa de mortalidade ser baixa, as febres que provoca deixam temporariamente deficiente seu portador.

"A vacina induziu uma excelente resposta imunológica, que é o que queremos nos indivíduos vacinados", afirmou a pesquisadora Miriam Tendler, chefe do Laboratório de Esquistossomose da Fiocruz.

A especialista acrescentou que os testes também mostraram que o produto é seguro, "o que é o principal atributo de uma vacina".

"Apenas a partir da confirmação da segurança é possível fazer testes em larga escala e com diferentes povoações. Estes novos testes serão feitos no Brasil e em países da África", declarou.

A previsão é que, se as novas provas forem bem-sucedidas, a vacina possa ser produzida em cinco anos.

A esquistossomose é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a segunda doença parasitária mais devastadora no mundo, superada apenas pela malária.

"Trata-se de uma doença de países pobres associada à miséria e às más condições sanitárias" porque o parasita está presente em águas contaminadas por sedimentos humanos, segundo Miriam Tendler.

Os pesquisadores da Fiocruz começaram os trabalhos para desenvolver a vacina em 1975 e precisaram de uma década para identificar um princípio ativo com efeito sobre o parasita.

O Brasil registrou na década de 1990 a primeira patente sobre seus avanços na vacina, que tem como princípio ativo o antígeno Sm14, proteína que permite o transporte de lipídios entre o organismo do hospedeiro e o verme.

As pessoas imunizadas produzem anticorpos que atuam sobre esta proteína e impedem que o parasita obtenha energia. 






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