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Economia
Terça - 12 de Junho de 2012 às 16:56
Por: Nicole Leal

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O mês de maio tinha tudo para terminar igual o seu antecessor no que diz respeito ao setor de veículos novos: com queda. O fraco desempenho da economia, com restrição nas concessões de crédito, fez o Estado de Mato Grosso registrar vendas abaixo do esperado pelos concessionários. O anúncio do pacote de medidas econômicas pelo Governo Federal no dia 21 de maio foi crucial para reverter essa situação.

Somente nos últimos dias do mês, o setor conseguiu recuperar o fôlego e vender 60% do total registrado no mês. O resultado foi um aumento de 22,11% nos emplacamentos em relação a abril. A prova de que os números ainda estão aquém do que o Estado vinha apresentando é que mesmo com esse aumento, as vendas se mantiveram abaixo das registradas em maio de 2011 e o balanço do acumulado do ano também é negativo.

No total foram emplacados 9.934 veículos no último mês. O índice engloba as categorias de automóveis (carros de passeio), comerciais leves (caminhonetes), caminhões, ônibus e motocicletas. “As concessões de crédito ainda não foram facilitadas, o que permite concluir que o mercado só apresentou melhores índices em virtude da redução do IPI”, aponta o diretor regional da Fenabrave, Manoel Guedes.

Em maio do ano passado, os emplacamentos de veículos em Mato Grosso chegaram a 10.567, valor 5,99% maior que no mesmo período desse ano. O acumulado dos cinco primeiros meses de 2012 registra 43.673 emplacamentos, contra 46.080 em 2011. No percentual, a diferença é de -5,22%.

Somente no último mês, foram emplacados 3.210 automóveis no Estado, 1.439 comerciais leves, 218 caminhões, nove ônibus e 5.058 motos. À exceção do segmento de ônibus, todos os outros apresentaram saldo positivo em relação ao comercializado em abril. “O mercado de ônibus é movimentado por compras sazonais, até agosto devemos ter aumento nas vendas, visto as condições do IPI e o fato de estarmos em ano político”, diz Guedes.

Os carros até mil cilindradas de montadoras instaladas no Brasil, conhecidos como 1.0, passaram de IPI 7% para zero. Já os veículos álcool e flex entre 1.0 e 2.0, ainda na categoria de montadoras que possuem fábrica no país, gerarão 5,5% de IPI ao contrário dos 11% cobrados antes da medida vigorar. O IPI de carros 1.0 a 2.0 a gasolina caiu de 13% para 6,5%. E os utilitários, que geravam 4% de imposto, irão gerar 1%.

“Novamente o Governo Federal percebeu a necessidade de intervir para equilibrar a balança entre a oferta e a procura. Temos ainda a redução de IPI para veículos importados de fora do Mercosul ou México. Nesse caso, o imposto fica entre 30% e 36,5% dependendo da categoria. A redução de preços pode chegar a R$ 5 mil em alguns modelos”, afirma Guedes.

PERSPECTIVAS – Com o mercado e o consumidor otimistas, a perspectiva do segmento é que haja antecipação de compra nos próximos meses. “Havia uma demanda reprimida e quem estava indeciso decidiu comprar com a redução do IPI. Quem pretendia trocar de carro no final do ano, possivelmente vai garantir a compra até agosto”, observa Manoel Guedes.

Guedes avalia que a medida do Governo é extremamente positiva, porém o desfecho da crise atual não será igual a anterior. “O Governo mexeu onde pode, diminuiu os impostos, inclusive o IOF, que também contribui para essa atmosfera de otimismo que estamos vivenciando e solicitou aos bancos a flexibilização do crédito, porém isso ainda não ocorreu na totalidade”, pontua.

Ele explica que os bancos registraram recordes de inadimplência no último ano, ainda em reflexo do crédito mal concedido em 2009. “Com 5,7% dos consumidores endividados, agora os bancos estão mais criteriosos, e o consumidor também amadureceu, antes ele queria comprar sem saber quanto iria pagar, hoje ele quer saber exatamente como fazer a conta dos juros. Essa é uma fórmula altamente eficaz para quem quer olhar para o futuro. Por isso, devemos ter bons momentos econômicos sem gerar um consumo desenfreado e inadimplência”, explica.

NACIONAL – No último mês, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) registrou a segunda melhor marca para o mês desde o início da série histórica da em 1997. No país inteiro, foram emplacadas 437.471 unidades, o que representa alta de 12,15% sobre as 390.085 unidades de abril de 2012, mas uma queda de 10,76% ante maio de 2011, que foi o melhor mês de maio da série, com 490.193 veículos emplacados.






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