Justiça interroga magistrados em processo contra delegado
Quatro magistrados serão interrogados pela Justiça Federal a partir da próxima semana no processo por improbidade administrativa a que responde o delegado Márcio Pieroni, acusado de ter instaurado um falso inquérito para apurar a morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, em 1999.
O primeiro magistrado a ser interrogado é o desembargador Pedro Sakamoto, que deverá ser ouvido como testemunha arrolada pela defesa de Pieroni na próxima terça-feira (12). Citado diversas vezes nos autos do processo, Sakamoto foi arrolado junto aos outros três magistrados a fim de atestar que a suposta investigação falsa levada a cabo por Pieroni sobre o caso Leopoldino foi cumprida como determinação judicial, afirmou o advogado Carlos Frederick.
“É para comprovar o que nem precisaria de comprovação testemunhal, uma vez que há documentos sobre isso”, resumiu o advogado.
Além de Sakamoto, também devem ser interrogados no processo o desembargador e secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) Paulo Lessa, o juiz José de Arimatéia, titular da Vara Especializada Contra o Crime Organizado, e o juiz Mário Kono, do Juizado Especial Criminal Unificado da Comarca de Cuiabá.
Por deterem prerrogativas para marcar horário e local, é possível que os quatro não sejam todos ouvidos ainda na semana que vem.
Processo
Pieroni teria agido em benefício do empresário Josino Guimarães, que tentava evitar a realização de júri popular no processo em que era acusado como mandante da execução do juiz Leopoldino.
Nesse sentido, ele teria instaurado inquérito falso a partir de supostas evidências segundo as quais o magistrado se encontrava vivo e residindo em outro país. Esta informação havia sido colhida por Sakamoto em interrogatório da ex-escrevente Beatriz Árias, já condenada por participação no crime contra Leopoldino.
Segundo a citação no processo, Lessa teria tentado convencê-la a depor em juízo informando sobre o paradeiro do magistrado. Já Kono e Arimatéia, na atuação como juízes, foram citados em decisão do juiz federal Paulo Sodré porque teriam produzido provas nulas entre 2010 e 2011 sobre o caso Leopoldino, por ocasião do novo inquérito a respeito.
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