Com o aumento de 71% na produção de milho em Mato Grosso o processo de estocagem do grão pode estar comprometido. Os 5,2 milhões de toneladas do grão que serão adicionados no mercado - considerando uma safra recorde de 12,5 milhões de toneladas - correm o risco de serem guardados a "céu aberto".
De acordo com o coordenador técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Mato Grosso, Pedro Nessi, a capacidade de estocagem dos armazéns e silos do estado é de 24,9 milhões de toneladas, contando 1.062 estabelecimentos ativos. Ele afirma que há risco de faltar espaço para estocar toda a produção excedente.
No entanto, ressalta que mais da metade da produção de milho já foi comercializada, o que deve aliviar a pressão sobre os estoques. Outra justificativa para o milho estocado fora dos armazéns é adaptação exclusiva da maioria dos estabelecimentos para a soja. "Muitas unidades não são adaptadas para estocar o milho. A soja não disputa espaço porque já foi comercializada", explica.
Nessi acrescenta que o número de armazéns no estado foram revisto. Conforme ele, desde o ano passado foram adicionadas oito unidades. No entanto, somam ainda 234 silos desativados.
O gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, explica que os produtores não estavam preparados para absorver a safra recorde de milho segunda safra. "Caso não ocorra o escoamento rápido do grão, teremos problemas com a armazenagem".
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