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Internacional
Quinta - 07 de Junho de 2012 às 21:04

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Policiais italianos que fizeram buscas na casa e no escritório de Ettore Gotti Tedeschi, ex-chefe do banco do Vaticano, descobriram um dossiê confidencial relativo aos três anos que passou no cargo, disse uma fonte judicial nesta quinta-feira.

O dossiê parece ter sido preparado por Gotti Tesdeschi para se defender das acusações sobre irregularidades na sua gestão à frente do banco IOR (Instituto para as Obras da Religião). Ele foi demitido da instituição em 24 de maio após o conselho da instituição aprovar uma moção de desconfiança, acusando-o de negligência.

A demissão excepcionalmente repentina, que se seguiu à prisão do mordomo pessoal do papa Bento 16, pela acusação de furtar documentos pontifícios, marcou o auge de um escândalo de vazamentos que abala o Vaticano desde janeiro.
 

  Riccardo De Luca - 26.mai.2012/Associated Press  
Ex-presidente do Banco do Vaticano, Ettore Gotti Tedeschi, demitido após escândalo
Ex-presidente do Banco do Vaticano, Ettore Gotti Tedeschi, demitido após escândalo



Na terça, a polícia fez buscas na casa e no escritório de Gotti Tedeschi. Cumprindo ordem de promotores de Nápoles (sul da Itália) que investigam supostos episódios de corrupção envolvendo a empresa bélica Finmeccanica, foram vistoriados seu domicílio, em Piacenza, e seu escritório, em Milão (ambos no norte do país).

Os promotores napolitanos e o Vaticano dizem que a investigação da Finmeccanica não tem nada a ver com o banco do Vaticano, e que o ex-presidente não foi posto sob suspeita nesse caso.

LAVAGEM DE DINHEIRO

A fonte judicial disse que o dossiê encontrado durante as buscas foi entregue a promotores de Roma que investigam acusações de lavagem de dinheiro envolvendo o IOR.

Fabio Palazzo, advogado de Gotti Tedeschi, disse que a polícia "confiscou" anotações que seu cliente considerava úteis na sua defesa contra as acusações feitas no conselho do banco.

Gotti Tedeschi e o diretor-geral do IOR, Paolo Cipriani, foram postos sob suspeita em 2010, quando o banco não conseguiu explicar a origem de 23 milhões de euros transferidos pelo banco pontifício entre contas mantidas pela instituição em dois outros bancos. O valor chegou a ser congelado por promotores, mas acabou sendo liberado.

Católico conservador, Gotti Tedeschi, de 67 anos, participa do conselho do banco estatal italiano Cassa Depositi e Prestiti, e é presidente de operações bancárias de varejo na Itália do Banco Santander. 





Fonte: Reuters

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