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Polícia Brasil
Quarta - 06 de Junho de 2012 às 16:16

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Nilton Fukuda/AE
Elize chegou por volta das 11h para depor no DHPP
Elize chegou por volta das 11h para depor no DHPP

O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carlos Carrasco, disse na tarde desta quarta-feira (6) que a prisão temporária de Elize Araújo Kitano Matsunaga foi prorrogada por mais 15 dias pela Justiça. Para ele, o tempo é mais do que suficiente para a conclusão da investigação da morte e do esquartejamento do diretor-executivo da Yoki Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos.

Durante interrogatório, que durou cerca de oito horas, a mulher, de 38 anos, disse que matou o marido com um tiro de pistola calibre 380 na cabeça após discutir com ele por causa de uma suposta traição. A mulher afirmou à polícia que foi agredida pelo executivo e que, por isso, atirou. “Não houve premeditação, houve uma briga”, disse o diretor do DHPP. Questionado sobre o fato de nenhum vizinho ter ouvido o som do disparo, Carrasco respondeu que o apartamento, além de ter uma área grande (é um triplex), tem janelas antirruído.
 

Após matar, Elize limpou o chão sujo de sangue e levou o corpo até um quarto. Cerca de dez horas depois, o retirou e levou até o banheiro de empregada, onde usou uma faca de 30 centímetros para esquartejar o cadáver. “Por ser conhecedora de anatomia humana, por ter feito um curso de enfermagem, ela pegou uma faca e cortou nas juntas, nas cartilagens.”

A ausência de sangue, segundo o delegado, deveu-se ao tempo passado entre a morte e o desmembramento. “Ele já estava com rigidez cadavérica. O sangue estava coagulado.” Segundo relato dela à polícia, as partes foram colocadas em três malas e espalhadas em uma área de mata em Cotia, na Grande São Paulo.

A polícia já tem a pistola 380 usada no crime, que será periciada. Segundo Carrasco, a mulher contou que a arma foi um presente ganho do marido. Ambos praticavam tiro e o empresário tinha, inclusive, uma coleção de armamentos. O delegado acrescentou que Matsunaga, assustado com as notícias de arrastões em condomínios, deixava por precaução armas espalhadas pelo apartamento e que uma delas foi a que o matou. Agora a polícia irá buscar a faca e as malas usadas no crime.

 

Em depoimento, Elize disse ter feito tudo sozinha. Para o delegado, sua versão pe convincente. O crime deverá ser reconstituído. A Polícia Civil, porém, não sabe ainda quando a reprodução simulada será realizada.

Elize é bacharel em direito e técnica de enfermagem e tem uma filha de 1 ano com a vítima. Ela está presa desde segunda-feira (4) suspeita do assassinato. Desde o dia em que foi presa, o G1 tenta contato com o advogado da bacharel. Nesta tarde, o advogado José Beraldo informou que chegou a conversar com Elize, mas que ela afirmou que seu defensor será um professor do curso de direito onde ela estudou.

A mulher, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça, passou a última noite na cadeia de Itapevi, na Grande São Paulo. Por volta das 11h desta quarta, ela foi levada para o DHPP para ser ouvida formalmente sobre o caso.

Detetive particular
A polícia tenta identificar o detetive particular que foi contratato por Elize para investigar se o excutivo a traía. Ele é procurado para que seja intimado a prestar depoimento sobre seu trabalho. Policiais informaram à equipe de reportagem que o profissional seguiu o executivo e comprovou a infidelidade dele. Fotos e relatórios sobre três supostas amantes foram enviadas para a bacharel. No computador da vítima, peritos da Polícia Técnico Científica identificaram acessos a sites de prostituição.

Também deverão prestar depoimento nesta quarta a empregada e a babá da filha do casal. As duas foram dispensadas por Elize horas antes do desaparecimento de Marcos, no dia 19 de maio. Partes do corpo do executivo foram encontradas dentro sacos plásticos espalhados em uma área de mata em Cotia, na Grande São Paulo, no dia 27 do mês passado.

A polícia suspeita de crime passional, mas motivação financeira não está descartada. Segundo informou na terça-feira (5) o delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP, Elize é suspeita de assassinar o marido por ciúmes após descobrir a traição. Ela e a filha teriam direito a receber R$ 600 mil no caso de morte do empresário.

Também é apurado pela polícia se Elize teve a ajuda de alguém para se desfazer do corpo da vítima. Uma testemunha ligou para a Guarda Civil Municipal de Cotia afirmando que um motociclista estava jogando sacos por uma estrada. Dentro deles haviam membros humanos.

Câmeras de edifício
As imagens das câmeras do edifício onde o casal morava não foram divulgadas, mas, segundo a investigação, elas mostram Marcos entrar no prédio no dia 19, mas não registraram sua saída. “A gente sabe que ele entrou no apartamento e não saiu. Em tese, o homicídio aconteceu lá”, disse na terça-feira o delegado Mauro Gomes Dias, que investiga o crime.

Em seguida, a gravação mostra Elize saindo do elevador, levando três malas com rodinhas. E mostra também a volta dela, 12 horas depois, sem as malas. Além das câmeras de segurança, que registraram a saída dela sozinha do prédio, e das sacolas plásticas apreendidas na residência do casal serem idênticas as encontradas com o corpo da vítima, um terceiro indício é levado em conta pela polícia para suspeitar de Elize.

No mesmo dia em que foi presa ela tinha entregado três armas para a Guarda Municipal, para que fossem destruídas. Uma delas usa balas do mesmo calibre que matou o empresário.





Fonte: Do G1 SP

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