Elise Matsunaga, a mulher do executivo da Yoki Marcos Kitano Matsunaga e principal suspeita da morte do empresário, foi transferida na tarde desta terça-feira para a cadeia de Itapevi, na Grande São Paulo. Ela estava detida na 97ª DP (Imigrantes) desde ontem, quando teve a prisão temporária decretada pela Justiça. O empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado.
A mulher fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) na madrugada desta terça-feira e negou a participação no crime. Marcos Kitano Matsunaga foi considerado desaparecido no dia 20 de maio. Partes do corpo foram encontradas em várias regiões da Grande São Paulo no dia 27.
A polícia trabalha com a hipótese de crime passional. O delegado Mauro Dias, responsável pelo caso, informou que os agentes investigam se a descoberta de uma suposta traição teria motivado o crime. "Há indícios de traição (por parte de Matsunaga). Baseados em fatos reais", disse o delegado, que preferiu não dar mais detalhes. Segundo ele, não está descartada a participação de mais de uma pessoa no assassinato.
Elise e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. Desde a prisão da mulher, a filha está com uma tia. Marcos era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior. Segundo as investigações, ele tinha um seguro de vida no valor de R$ 600 mil, do qual a mulher e os dois filhos eram os beneficiários. O delegado Jorge Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), porém, rejeita, a princípio, motivações econômicas para o assassinato. "Estamos trabalhando para terminar o inquérito o mais rápido possível. Vamos fazer balística com o projétil encontrado no corpo (do executivo). O carro dela já foi periciado", disse.
Para Carrasco, Elise é "uma exímia atiradora". "Ela é uma exímia atiradora. Os dois faziam cursos de tiro e ele era colecionador. Isso é um indício importantíssimo. E ela também é destra, e o tiro na cabeça do empresário foi dado à queima-roupa pelo lado esquerdo. Esses indícios geraram a prisão temporária", afirmou. De acordo com ele, Elise doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo pouco antes de ser presa, na noite de ontem. Uma das armas tinha calibre 765, o mesmo do tiro que matou o empresário.
Na noite de ontem, a polícia fez diligências no apartamento do casal, na zona oeste da capital, onde utilizou luminol, um reagente químico, para localizar manchas de sangue. No local, foram encontrados sacos da mesma cor daqueles que foram utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo.
"As partes (do corpo) foram embaladas em sacos plásticos de característica não muito comum, com filete vermelho. No apartamento, foram encontrados sacos iguais", disse o delegado Mauro Dias. Segundo ele, todas as facas do apartamento passaram por perícia, já que há a possibilidade de o empresário ter sido esquartejado ainda no local.
De acordo com o diretor do DHPP, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. "O que pudemos observar foi a saída da esposa com as malas e o retorno dela sem as malas no dia 20, domingo. É outro indício forte. Estamos fazendo o cruzamento de informações" disse. Conforme Carrasco, Elise nega ter matado o marido. "Informalmente, ela nega. Ela diz que teria saído com as malas porque iria para o Paraná, mas se arrependeu e voltou. Mas voltou sem as malas? É uma indagação que precisamos investigar."
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