A pesquisa, realizada online, também apontou que 34% dos usuários do Facebook estão permanecendo menos tempo conectados ao site do que há seis meses atrás, enquanto apenas 20% dos participantes da votação disseram estar passando mais tempo agora.
Os resultados sublinham as preocupações dos investidores sobre as habilidades do Facebook em levantar receita, o que já desvalorizou em 29% as ações da empresa desde o início da oferta pública de papéis na Bolsa (IPO, na senha em inglês), no mês passado, diminuindo o seu valor de mercado em mais de US$ 40 bilhões (de US$ 74 bilhões para US$ 30 bilhões).
Ceca de 44% dos participantes da pesquisa disseram que a estreia do Facebook na Bolsa, considerada problemática por vários investidores, os fizeram ter uma visão menos favorável à rede social. A votação, realizada entre 31 de maio e 04 de junho, contou com a participação de 1.032 cidadãos norte-americanos - 21% deles afirmaram não ter uma conta no Facebook.
Mesmo que os 900 milhões de usuários do Facebook tenham tornado o site o mais popular destino online, desafiando outros gigantes da internet, como Google e Yahoo, nem todos estão convencidos de que a empresa saiba como converter toda essa popularidade em um modelo de negócio que justifique sua valorização elevada.
As ações do Facebook fecharam com queda de 3%, em US$ 26,9, nesta segunda-feira.
Ainda que a pesquisa não tenha questionado que outras formas de publicidade impactam na decisão de compra, um estudo divulgado em fevereiro deste ano sugeriu que o desempenho do Facebook seria pior do que estratégias de e-mail marketing em influenciar o comportamento do consumidor. "Tal fato demontra que o Facebook tem trabalho pela frente no que diz respeito a tornar sua publicidade mais efetiva e relevante para as pessoas", disse a analista da eMarketer, Debra Williamson.
Tais preocupações foram destacadas no mês passado, quando a General Motors, terceira empresa que mais investe em publicidade nos Estados Unidos, não iria mais investir em anúncios no Facebook.
A empresa de Mark Zuckerberg se recusou a comentar em detalhes a pesquisa, mas se referiu a casos como os da empresa Nutella, que teve um aumento de 15% em vendas atribuídas à publicidade no Facebook, e à rede de restaurantes Applebee"s, cujo impacto gerado na rede social rendeu um retorno triplo do investimento realizado.
Medir a efetividade na publicidade pode ser uma tática duvidosa, particularmente para em casos nos quais o marketing de marca busca influenciar futuras aquisições e não gerar venda imediata.
Envolvimento minguante
Uma de cada dias pessoas entrevistadas na pesquisa da Reuters e Ipsos afirmaram usar o Facebook todos os dias, sendo que quase metade disse permanecer a mesma quantia de tempo na rede social que passava há seis meses atrás.
A pesquisa oferece uma visão das tendências consideradas vitais ao futuro do Facebook em um momento no qual a companhia teve uma dura recepção na Bolsa de Wall Street. Entre os entrevistados, 46% apontaram que a IPO do Facebook os fez menos favoráveis ao investimento em ações, de uma forma geral.
No ano passado, o Facebook gerou US$ 3,7 bilhões em receita, grande parte vinda de publicidade no site, mas o crescimento em vendas vai devagar. O aumento no número de usuários que acessa o Facebook via smartphone também tem sido difícil para a empresa em termos de receita, já que a versão mobile da rede apresenta opções limitadas de publicidade - analistas observam que a companhia precisa desenvolver melhor essa questão.
O Facebook concorre diretamente com o Google pela publicidade online, mas este último gerou US$ 38 bilhões em receita em 2011. Os resultados patrocinados do Google, exibidos em destaque junto a outros resultados de buscas, são considerados um dos mais efetivos meios de marketing online.
Para Valdes, do Gartner, o Facebook ainda está aperfeiçoando seus recursos de publicidade, mas ele admitiu ter ficado surpreso com o dado da pesquisa que diz que somete 20% dos usuários sentem-se influenciados por comentários dos amigos na rede social na hora de realizar uma compra.
Os usuários que mais frequentam o Facebook tem entre 18 e 34 anos de idade e, de acordo com o lebantamento, 60% deste grupo acessa o site diariamente. Dos 34% que disseram passar menos tempo conectados ao site, alegaram que a maior razão para isso é que o Facebook se tornou "chato", "pouco relevante" e "sem utilidade". Preocupações com privacidade apareceram na terceira posição do ranking.
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