Caso seja solto, o goleiro já informou - através de seu advogado, Rui Pimenta - que pretende se reapresentar ao Flamengo, clube com o qual tem contrato até dezembro de 2012. Segundo Rafael De Piro, vice-presidente jurídico rubro-negro, a decisão de reintegrá-lo cabe ao departamento de futebol:
- O contrato está suspenso por conta da prisão. A gente não paga, ele não trabalha, claro. Se ele for solto e não houver restrição para deixar a comarca do crime, dormir fora de casa, essas restrições comuns, em tese ele deve se apresentar ao Flamengo. Ninguém pode impedir o jogador de trabalhar. Se vai continuar sendo jogador, se vai ser vendido, emprestado, isso não é mais uma decisão jurídica. Passa a ser uma decisão do departamento de futebol, da presidência - disse.
De Piro acrescentou que estava falando sob hipótese:
- O que a gente normalmente conversa com a presidência é esperar para ver o que vai acontecer. Diante de uma nova realidade, você senta e decide. Vamos esperar um quadro novo, diferente, real. E me parece inclusive que o advogado dele foi ao STF sem passar pelo STJ, o que é uma passagem obrigatória - afirmou De Piro.
Nos bastidores do clube, porém, a hipótese de aproveitar o goleiro é considerada remotíssima. Dirigentes estimam que o desgaste de imagem seria insuportável. Em entrevista à Rádio Brasil, o advogado Rui Pimenta disse que o goleiro tem ofertas de vários clubes:
- Ele volta ao Flamengo assim que for solto. Mas se o Fla não o quiser... clubes do Sul, do Rio e de São Paulo estão interessados. Vocês verão ele treinando na Gávea. O sonho dele é sair da cadeia, voltar ao Flamengo, ir para a seleção brasileira e defender um pênalti do Messi em jogo contra a Argentina. Quando a Justiça marcar o julgamento, ele vai se sentar no banco dos réus e será julgado normalmente. Ele só não pode sair do Brasil.
Após se entregar à polícia no Rio de Janeiro, Bruno foi transferido em 8 de julho de 2010 para Minas Gerais, onde a polícia investigava o sumiço da modelo vista pela última vez no sítio do goleiro em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Por determinação da Justiça mineira, desde então, o atleta cumpre prisão provisória no processo de morte e desaparecimento de Eliza Samudio.
O advogado Francisco Simim, responsável pela defesa do goleiro, informou ao G1 que independentemente da decisão em relação à liberdade condicional, Bruno continuará detido por causa do mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça de Minas Gerais.
Caso Eliza Samudio
Bruno e mais sete réus irão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe de Eliza, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso.
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