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Policia MT
Terça - 29 de Maio de 2012 às 17:31
Por: Katiana Pereira

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Divulgação
A mãe de Maiana, Sueli Monteiro, e o irmão contestam hipótese da Polícia Civil
A mãe de Maiana, Sueli Monteiro, e o irmão contestam hipótese da Polícia Civil

A diarista Sueli Mariano, 47, mãe da adolescente Maiana Mariano Vilela, negou, nesta terça-feira (29), que o assassinato de sua filha tenha sido motivado por chantagem contra o ex-namorado, o empresário Rogério Amorim, 38. A hipótese foi levantada pela delegada Anaíde Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso.

O corpo da jovem, que tinha 16 anos, foi encontrado enterrado em uma propriedade rural, na região do Coxipó do Ouro, na zona rural de Cuiabá, na manhã de sexta-feira (25), após a prisão dos assassinos e do mandante. A garota desapareceu no dia 21 de dezembro de 2011.

Em entrevista ao MidiaNews,  a diarista disse suspeitar que a filha sabia de algum segredo, "muito sério", que envolveria o empresário Amorim, com quem ela se relacionou por, pelo menos, um ano.

“Na verdade, eu não consigo entender porque mataram minha filha. Não precisava fazer isso, era só largar e deixar que ela tocasse a vida. Eu duvido muito que minha filha estivesse fazendo algum tipo de chantagem contra o Rogério, ou contra qualquer outra pessoa. Ela tinha 16 anos, que mal podia fazer? Essa história de que estaríamos pedindo pedindo dinheiro a ele é mentira”, disse Sueli.

A diarista revelou que a filha, durante o tempo em que morou com Rogério, quase não ia à sua casa, no bairro Doutor Fábio, na periferia da Capital, e que, quando ía, logo o empresário telefonava e exigia que ela voltasse.

“Ela vinha muito pouco em casa, ele não deixava, cercava ela todo o tempo. Quando não era ele que ía atrás dela, era a mãe dele. Por isso, acredito que a Maiana podia saber de algum segredo, e ele acabou fazendo essa maldade com minha filha, para poder manter esse segredo”, disse.

A mãe disse também que, por diversas vezes, viu Paulo Ferreira, que confessou ter matado Maiana, rondando a sua casa. Sueli só reconheceu o homem após a sua imagem ter sido divulgada pela imprensa, após a prisão pela equipe da DHPP.

“Eu vi aquele homem, com cara de mau, passando na porta da minha casa. Isso aconteceu várias vezes, mas eu nunca imaginei que ele faria uma coisa dessas... Somente depois de ver a cara dele na TV, eu fui perceber”, contou.

Venda de casa

Sueli Mariano disse, na entrevista, que, quando Maiana desapareceu, no fim de 2011, ela morava em uma casa que possui no bairro CPA, mas que decidiu colocar o imóvel à venda.

“Eu coloquei a casa à venda, porque tudo lá me lembrava a minha filha. Foi por causa dela que eu mudei pra lá, ela queria morar em um lugar melhor, em uma casa mais bonita e, por isso, nos mudamos. Sem ela, não via nenhuma graça em ficar na casa”, afirmou.

Um dos interessados em comprar o imóvel era o próprio Rogério Amorim, segundo revelou Sueli. Ela avaliou que essa situação faria parte de um suposto plano arquitetado por Rogério, que chegou a dizer para a mãe que a menor "estava com outro homem".

“Logo que eu coloquei a casa à venda, ele veio dizer que estava interessado em comprar. Disse que ia comprar, reformar e dar para a Maiana. Ele dizia que pessoas falavam para ele que tinham visto a Maiana com outro homem, em outra cidade, mas acreditava que ela ia voltar. E aí, ele ia dar a casa pra ela. Era tudo mentira dele, um plano que nunca pude imaginar”, disse.

Sem comemoração

Caso Maiana estivesse viva, ela estaria completando 17 anos nesta terça-feira (29). Sem conter as lágrimas, Sueli revelou a tristeza e o sofrimento que tem enfrentado.

“Eu não tenho mais alegria de viver. Hoje é o aniversário da minha filha, e eu estou aqui aguardando o corpo dela ser liberado no IML, para poder fazer um enterro decente e me despedir”, disse.

“Sempre tive a esperança de poder me encontrar com ela, que foi minha grande amiga e companheira. Esse homem mentiu para mim que estava separado, mentiram para nós, ele e a família dele. A mãe dele foi conivente com toda essa situação. Se eu soubesse que ele estava com a mulher, jamais teria permitido. Ele levou a minha filha para morar na casa dele, não escondia o relacionamento. Vou aguardar o trabalho da Polícia e esperar por Justiça”, finalizou a diarista.

Caso Maiana

Maiana Vilela desapareceu no dia 21 de dezembro de 2011. Investigações da Polícia Civil, reveladas na semana passada, mostram que a jovem foi vítima de um plano cruel para o seu assassinato, tramado pelo ex-namorado Rogério Amorim.

A DHPP prendeu oito pessoas por envolvimento no crime, quatro foram liberados por não terem participado efetivamente do assassinato, apenas sabiam do crime.

A prisão temporária foi revogada após o depoimento deles que contribuiu para esclarecer o assassinato e também apontar os autores.

Continuam presos o empresário Rogério Silva Amorim, a esposa dele, Calisângela de Moraes, 36. Como executores, Paulo Ferreira Martins e Carlos Alexandre Nunes da Silva, que teriam recebido R$ 5 mil pelo crime, além da moto que Carlos ainda a revendeu. A delegada deverá solicitar, ao término dos 30 dias, a prisão preventiva dos quatro.

Segundo a Polícia, Rogério contratou Paulo Ferreira e Carlos Alexandre para executarem a menor.

Ele deu um cheque de R$ 500 para Maiana descontar no Banco Itaú, no CPA 1. Ela teria que levar R$ 400 desse montante para pagar um suposto caseiro, em uma chácara na região do Coxipó do Ouro

Esse pagamento era parte do plano de Rogério para atrair Maiana para o seu algoz. A garota foi até a chácara, entregou o dinheiro para Paulo, que a matou em seguida, por asfixia. Ele teve a ajuda de Paulo Alexandre.

A dupla colocou a menor no banco traseiro de um automóvel Uno, de cor prata, que pertencia a Paulo. Eles levaram o corpo de Maiana até a empresa de Rogério, no bairro Três Barras, para que ele comprovasse a morte da ex-namorada.

Depois disso, o corpo da menina foi enterrado em uma área afastada na estrada da Ponte de Ferro, a cerca de 15 km de Cuiabá. O corpo de Maiana foi resgatado por policiais na manhã de sexta-feira (25), após terem prendido a quadrilha.






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