Senador Pedro Taques denuncia fome, miséria e abandono dos índios cintas-largas
O senador Pedro Taques (PDT-MT) manifestou nesta quarta-feira (23.05) sua preocupação com o povo indígena cinta-larga, que há dez anos tem sido vítima da exploração ilegal de diamantes em seu território. Segundo o senador, dos dois mil índios cintas-largas que habitam quatro reservas em Rondônia e Mato Grosso, a maioria está mergulhada na miséria.
"Os índios estão passando fome, não têm saúde ou educação de qualidade. Suas moradias, quando existentes, são as mais precárias possíveis. Faltam estradas. Falta tudo. Deve ser um dos raros casos em todo o mundo em que uma riqueza serve apenas para trazer pobreza e sofrimento”, afirmou.
Segundo Pedro Taques, o conflito entre índios e invasores tem feito dezenas de vítimas: no confronto mais divulgado, em abril de 2004, morreram 29 pessoas. Para ele, essa é apenas a face mais visível da tragédia do povo que também sofrem com a desintegração da etnia e dos costumes, com a influência do álcool e com a crescente interferência do "apego aos bens materiais, próprio da sociedade consumista”.
Durante o discurso, o senador pediu mais atuação do Ministério da Justiça pelos cintas-largas, argumentando que o Governo Federal "não pode fazer olhos desarmados para esse genocídio”. Segundo ele, os índios estão exauridos das "vãs promessas jamais cumpridas”. "Estão reféns do descaso governamental e do crime organizado, que tenta, a todo custo, ocupar o vazio espaço deixado pelo Estado brasileiro”, completou.
O senador Pedro Taques narrou que, "por conta da desastrosa política adotada, que tangencia a prática de improbidade administrativa”, o Ministério Público Federal em Rondônia instaurou inquérito civil público para apurar supostas irregularidades na ex-diretoria da Funai. Por fim, pediu empenho do Governo para manter o garimpo de diamantes fechado, ao menos até que a mineração em terra indígena seja adequadamente regulamentada.
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