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Economia
Terça - 22 de Maio de 2012 às 12:37
Por: Alexandro Martello

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (22), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que a criação de empregos formais deve somar de 1,3 milhão a 1,4 milhão neste ano. Em fevereiro deste ano, Mantega estimava que a abertura de novas vagas ficaria em torno de 2 milhões em 2012.

Em fevereiro deste ano, Mantega estimava que a abertura de novas vagas ficaria em torno de 2 milhões em 2012Se confirmado, será o menor valor desde 2009, quando foram criados justamente 1,39 milhão de empregos com carteira assinada. Em 2010 e 2011, respectivamente, foram abertas 2,62 milhões e 1,96 milhão de vagas formais. Na parcial deste ano, até abril, o Ministério do Trabalho informou que foram criados 702 mil empregos com carteira assinada, com queda de 20% frente ao mesmo período do ano passado.

"A continuação da geração de empregos é rara no mundo. Deveremos criar mais 1,3 milhão a 1,4 milhão de novos empregos em 2012. A taxa de desemprego brasileira diminuiu. Era mais do que 10%, e já caiu para 5,7% na atualidade. Na zona do euro, atinge 10,8%. Nos Estados Unidos, melhorou um pouco, mas ainda está em patamar muito elevado, de 8,3%. Estamos em situação mais favorável em termos de desemprego", declarou Mantega.

Ele afirmou ainda que as medidas anunciadas nesta segunda-feira (21) no fim do dia, de redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, e do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para todas operações de crédito de pessoas físicas, busca justamente evitar demissões. "Não queremos que haja demissão nem no setor automotivo nem em outro setor", declarou.

Impacto da crise no Brasil
Segundo análise do ministro da Fazenda, a situação da economia internacional se agravou nos últimos meses, o que demonstrra que a " estratégia de austeridade fiscal" dos países europeus não está dando certo. "Essa estratégia não veio acompanhada de medidas de estímulo economico.O resultado é de derrubar as economias, de levá-las a um baixo crescimento, ou até mesmo à recessão. Em função disso, economia européia sofre graves preocupações", afirmou.

Citando um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Mantega disse, porém, que o Brasil é um dos países que menos sentiria um agravamento maior da atual crise financeira internacional. Segundo ele, a consequência de uma piora da crise, para o Brasil, seria o impacto de um ponto percentual a menos no Produto Interno Bruto (PIB), enquanto que, no caso de alguns países da Europa e da África, seria de três pontos percentuais. Para o Reino Unido, disse Mantega, o impacto seria de 2 a 3 pontos percentuais de queda no PIB, sendo que a Rússia e o Canadá, por exemplo, perderiam de 1 ponto a 2 pontos de crescimento.

"Tendo em vista esse cenário mais adverso, quais são os desafios principais que temos para 2012, temos o desafio de acelerar o crescimento em um cenário mundial adverso. Não é algo trivial e automático. Passa pela dinamização dos investimentos, manter o mercado interno forte, a solidez fiscal e o controle da inflação são fundamentais. Manter o câmbio favorável e é preciso ampliar o crédito e reduzir as taxas de juros do sistema financeiro. É preciso continua reduzindo o custo financeiro no Brasil, e continuar reformas do sistema tributário, orientado pela desoneração", declarou ele.

Até o momento, o Ministério da Fazenda vem mantendo oficialmente sua previsão de crescimento do PIB deste ano em 4,5%. No discurso, porém, Mantega tem dito apenas que a taxa será superior ao registrado no ano passado (+2,7%). "Temos condições para, em 2012, termos um crescimento maior [do que em 2011]", disse ele no Congresso Nacional. A prévia do PIB divulgada pelo BC indica um crescimento de 0,15% no primeiro trimestre deste ano, frente aos três útlimos meses de 2011, com desaceleração no começo deste ano. O mercado financeiro estima um crescimento de 3,1% para 2012 e o BC de 3,5%.






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