Internação compulsória para dependentes químicos cresce em MT
O número de pessoas dependentes de drogas ilícitas tem aumentado constantemente, com isso, as internações também. Alguns usuários aceitam o tratamento por conta própria, outros precisam ser internados contra a vontade. Em Mato Grosso a medida obrigatória teve um crescimento de 106 % no primeiro trimestre deste ano se comparado ao mesmo período de 2011.
Em Cuiabá foram 631 internações compulsórias (quando não é por vontade espontânea do ‘viciado’) nos três primeiros meses de 2012, de acordo com levantamento realizado pelo Ministério Público de Mato Grosso.
A internação contra a vontade do paciente está prevista em uma lei de 2001 que fala dos direitos das pessoas com transtornos mentais. Ela pode ser pedida por um parente ou determinada pela Justiça. Nos dois casos, é obrigatório um laudo médico indicando a internação.
“Estados alterados de consciência levam à distorção de livre arbítrio e, nesses casos, o paciente necessita de um apoio social. Dependendo do histórico do dependente químico, o médico psiquiatra deve sim indicar a internação”, avalia o médico psiquiatra Aloísio Andrade.
O procurador de Justiça e titular da Procuradoria de Justiça Especializada da Defesa da Criança e do Adolescente, Paulo Prado, defende a legalidade e a necessidade da internação compulsória. “Entendo que a internação compulsória é possível e, em alguns casos, ela é até mesmo inevitável para a garantia da integridade física e moral da família e do próprio dependente químico”, enfatizou Prado.
Com o acesso cada vez mais fácil, o consumo de drogas ilícitas não escolhe classe social. “Ninguém está imune quando o assunto é droga. Pode ser que exista caso dentro da família ou com um amigo. Verificamos um consumo maior de drogas perante a juventude de todas as camadas sociais”, pontuou Prado.
Recentemente, início de maio, aconteceu no Ministério Público de Mato Grosso o 1º Seminário Mato-grossense sobre Drogas, Internações de Dependentes Químicos e Soluções Político Sociais e o procurador de Justiça ressaltou que outros encontros serão realizados periodicamente para avaliar o andamento e a evolução dos trabalhos destinados aos dependentes químicos.
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