"Avenida Brasil": confronto Max versus Nilo fortalece os personagens
Até ontem o "velho Nilo" (José de Abreu) andava meio que só assombrando a "pequena órfã" Nina (Débora Falabella) feito um "Gepeto do inferno", extrapolando na caricatura. No capítulo desta sexta-feira, ao enfrentar o filho Max (Marcello Novaes), o velho Nilo consegue demonstrar o "humano" que carrega por detrás desta máscara.
Max resolve ir tirar a limpo a história de Nilo não ter ido ao encontro de Carminha (Adriana Esteves) para dar as informações que tinha sobre a Rita (Nina). Chegando no barraco, percebe na hora que tem grana na jogada. Nilo está bem vestido, numa bela camisa preta com um discreto brilho, fartando-se com petiscos caros.
Ainda assim tenta trazer o velho para o seu lado, oferecendo-lhe dinheiro, cuidados e até chamando-o de "pai". Nilo rejeita a sua ajuda e o seu dinheiro. Max apela para a chantagem emocional. "Isso é jeito de tratar um filho?", arrisca Max. O velho é cascudo. Percebe de longe a falsidade ideológica do "filho prestimoso".
E mais: desafia Max a abraçá-lo então - "me dá um abraço, de filho no seu pai!", incita Nilo. Max fica paralisado. O clima fica tenso. O velho Nilo pela primeira vez demonstra o peso de um ser humano sofrido e surrado pela vida afora, mendigando o amor de um filho. A cena fica forte. "Que babaquice é essa agora, Nilo?", corta Max ainda sem ação.
Quando Nilo avança para forçar o abraço, Max desmonta o teatrinho de filho preocupado e volta a ser o canalha interesseiro de sempre. "Seu porco, nojento, imundo...você é o pior verme que já existiu!", esbraveja Max. Nilo retoma o seu tom de "bicho papão", agora humanizado - por isso muito mais forte, e derrama sobre Max uma chuva de impropérios.
"Você é um bosta, um inútil...nasceu pra ser capacho de mulher, imprestável!" e o esbofeteia. Max parte pra cima dele e o "pau come solto"!. Mãe Lucinda (Vera Holtz) chega para salvar o velho. "Para, você vai matar o seu pai!", grita ela, separando-os. Max se vai indignado, com olho roxo e tudo. O velho Nilo agradece mãe Lucinda. "Ainda bem que você veio me salvar daquele troglodita!", diz ele sangrando no canto da boca.
Esse foi o ponto alto do capítulo de ontem. A cena humanizou e fortaleceu o personagem de José de Abreu, o velho Nilo, que andava escorregando para o farsesco. E valorizou o personagem de Marcello Novaes, que, na maior parte das vezes, parecia um marionete nas mãos da pérfida Carminha.
Uma característica muito positiva do autor é agitar os diversos núcleos do seu enredo num mesmo capítulo. Sendo assim, conseguiu dar andamento a várias histórias ao mesmo tempo.
Entre elas, a de Suelen (Isis Valverde), que desaparecera, e apareceu escondida na sala de "troféis" do Divino. "Troféis porque são vários, é como pastéis!", foi como explicou para Leleco (Marcos Caruso) que quis corrigir o "imortal da academia" Adauto (Juliano Cazarré). Foi divertido o susto que Adauto levou ao deparar-se com Suelen - personagem com a qual, diga-se de passagem, a atriz está acertando em cheio.
Mas quem quase morreu de susto literalmente foi a sempre tensa Nina. Pobre meNina! Chegando na casa dos patrões para trabalhar, dirigiu-se logo para a sala. Carminha, de armação com a filha Ágata (Ana Karolina), segue-a pé ante pé e segura-a de repente por trás. Baita susto. A moça que anda "uma pilha" quase desencarnou! Gritou desesperada e ficou branca como uma vela. Tufão (Murilo Benício), que chegava na hora, apiedou-se de Nina. Aliás, andou tendo uma conversinha quase que íntima com a doce serviçal e foi flagrado por Carminha com a mão em cima da mão da moça. Encrenca à vista.
Para finalizar no clima, Jorginho surpreende Nina quando ela entra em seu quarto de empregada e ele está lá, aguardando-a para uma conversinha esclarecedora. Nina assusta-se também, mas desta vez de sua forma mais costumeira: tensa e contrita!
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