Repórter News - reporternews.com.br
Politica MT
Sábado - 19 de Maio de 2012 às 16:38

    Imprimir


Assim funciona a política. Numa noite fria de julho de 2010, no CTG Aliança da Serra, uma caravana de políticos fazia promessas e juras de amor a Tangará da Serra, uma das principais cidades do médio Norte de Mato Grosso. Novas e remodeladas estradas, empreendimentos para geração de emprego e renda, um novo aeroporto, um grandioso centro de eventos, tudo cabia nos acalorados discursos daquelas figuras sorridentes e simpáticas que vieram à cidade naquela noite para pedir votos. Era ano eleitoral, e as campanhas andavam a pleno vapor. O estilo é antigo e não muda.

Contraditoriamente, no último domingo, 13 de maio, numa tarde chuvosa que marcou os 36 anos de emancipação político-administrativa de Tangará da Serra, nenhum daqueles homens que abraçavam e beijavam eleitores e eleitoras tangaraenses naquela noite fria de 2010 estavam no palanque de autoridades montado na Avenida Brasil para saudar o tradicional desfile cívico alusivo ao aniversário do município.

Segundo informações da Prefeitura Municipal, apenas o senador Pedro Taques, do PDT, lembrou do aniversário de 36 anos de emancipação de Tangará da Serra. As demais autoridades políticas que engordaram suas votações no pleito eleitoral de 2010 sequer mandaram recado parabenizando a cidade e os tangaraenses que lhes proporcionaram gloriosos sufrágios.

Silval Barbosa, o governador, angariou 22.099 votos pelo PMDB em Tangará da Serra naquele ano e se manteve, já no primeiro turno das eleições, no cargo que herdou de Blairo Maggi, do PR, que por sua vez obteve nada menos que 32.230 votos que o ajudaram a conquistar uma das duas vagas em disputa para o Senado Federal. Nem Silval, nem Maggi lembraram os 36 anos de Tangará da Serra, assim como o senador Jayme Campos (DEM), que em 2006 arrebanhou 19.781 votos no município para se eleger, com folga, ao Senado.

Entre os deputados federais, os dois mais votados no município em 2010 foram Wellington Fagundes, do PR, e Homero Pereira, do PSD. Em 2010, ambos perambulavam com desenvoltura pelos quatro cantos do município e, com isso, conseguiram, respectivamente, 9.504 e 7.675 votos, garantindo suas vagas na Câmara Federal.

Fagundes e Pereira não visitaram a cidade durante as festividades, nem mandaram recado parabenizando pelos 36 anos. Wellington Fagundes, além da indiferença, vale lembrar, tem seu nome citado no mais recente escândalo nacional, junto com o contraventor Carlinhos Cachoeira e a empreiteira Delta.

Independente de convite formal ou verbal, acredita-se que políticos importantes e influentes - que atuam em Cuiabá e em Brasília e contam com grandes estruturas e farta assessoria, tudo bancado com dinheiro público - tenham a organização necessária para lembrar de eventos oficiais e datas cívicas das suas bases eleitorais. Nestes casos, portanto, não cabe a desculpa do não recebimento de convites, já que políticos vêm ao município em busca de votos sem a necessidade de serem chamados.

Certamente, em 2014, em novo pleito estadual, a memória não falhará e quase todos eles voltarão a Tangará da Serra para abraçar e beijar o eleitor e, é claro, pedir votos.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/51817/visualizar/