O depoimento dos dois delegados está marcado para começar às 9h desta terça-feira (15) e faz parte do processo disciplinar ao qual responde o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Na tarde desta segunda, o presidente do Conselho, senador Antonio Carlos Valladares (PSB-SE), disse que aguardava uma autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para confirmar a presença dos delegados, mas, segundo ele, o STF informou que isso não seria necessário.
Demóstenes Torres é acusado de quebra de decoro parlamentar em razão do envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela Polícia Federal, apontado como chefe de um esquema de exploração de jogo ilegal em Goiás.
Se o conselho julgar que o senador quebrou o decoro, o processo será enviado para votação em plenário, o que poderá resultar na perda do mandato do senador. Durante o andamento do processo, Demóstenes terá direito de defesa no conselho.
No requerimento encaminhado pela PF, além dos delegados da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Souza, responsável pela Operação Vegas, e do delegado Matheus Mella Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, também foi confirmada a presença no Conselho de Ética do diretor de Combate ao Crime Organizado, Oslain Santana, que irá acompanhar os policiais. As duas operações da Polícia Federal investigaram a prática de jogo ilegal.
Segundo a assessoria da PF, não há no ofício solicitação para que o depoimento dos dois delegados seja fechado. O presidente da Conselho de Ética, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), disse que vai conversar com os delegados para saber se eles preferem falar de forma reservada. Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o caso Cachoeira, os dois delegados falaram em sessão secreta.
"Eu vou perguntar a eles, em particular, se querem que seja fechado. Eu até prefiro que seja aberto porque de qualquer maneira vaza", disse o presidente do conselho.
Nesta segunda, Valadares procurou o ministro relator do inquérito no Surpremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowiski, para falar sobre o depoimento dos delegados. Valadares havia afirmado que, para acontecer, o depoimento dependia de autorização do STF.
A assessoria de imprensa do STF não quis se manifestar sobre o assunto. "O ministro disse que o assunto de liberar ou não os delegados para depoimento não é competência dele", afirmou o senador.
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