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Internacional
Sábado - 12 de Maio de 2012 às 20:27
Por: Nicolas Vinocur e Fredrik Dahl

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Um grupo de exilados iranianos da oposição disse no sábado que o Irã tem cerca de 60 cientistas e engenheiros envolvidos em um programa em expansão para desenvolver armas nucleares sob o patrocínio do Ministério da Defesa do país.

Entretanto, diplomatas dizem que o Conselho Nacional de Resistência do Irã (NCRI) tem um histórico confuso em relação à alegações sobre o programa nuclear do Irã, desde que expôs uma fábrica secreta de enriquecimento de urânio em Natanz em 2002. Um renomado perito nuclear dos EUA disse que o relatório do NCRI, assim como os anteriores, deve ser encarado com grande ceticismo.

Seu mais recente relatório, cujos detalhes não podem ser confirmados, parece ter sido programado para encorajar uma linha mais dura a ser adotada durante as conversações com o Irã, que acontecerão em Viena na segunda e terça-feira, com a presença do enviado especial do ONU e em Bagdá, no dia 23 de maio, com seis enviados de potencias mundiais.

Mas estava em desacordo com a avaliação de funcionários da inteligência norte-americana e israelense, de que o Irã ainda não decidiu se vai preparar seu programa de enriquecimento "para se armar".

Teerã diz que está refinando urânio unicamente para fins pacíficos.

No relatório de seis páginas mostrado à Reuters, o NCRI citou fontes do governo iraniano e militares dizendo que cerca de 60 cientistas estão realizando pesquisas em 11 agências que operam clandestinamente sob o controle do Ministério de Defesa.

"Informações... mostram que o regime clerical ampliou a organização responsável pelo desenvolvimento de armas nucleares", diz o relatório. "Essa descoberta revela uma estrutura de pesquisa completa e elaborada, uma estrutura de pesquisa extremamente secreta e uma rede para aquisição das peças e equipamentos necessários."

"Até agora, a identidade dos 60 diretores e especialistas que trabalham nas diversas seções do New Defense Research Organization (Nova Organização de Pesquisa e Defesa) e 11 instituições e empresas afiliadas foram reveladas", acrescenta o relatório.

Ele apresenta diagramas supostamente para mostrar a estrutura de comando disfarçada e revela os nomes dos cientistas e engenheiros envolvidos.

O NCRI, um bloco ""guarda-chuva"" que inclui cinco grupos de oposição no exílio que buscam um fim ao domínio muçulmano xiita clerical do Irã, pressionou a Agência de Energia Internacional de Energia Atômica (AIEA) para que ela faça uma "grande investigação" no programa nuclear do Irã e de todas as pessoas envolvidas.

O Irã diz que está armazenando urânio enriquecido para uma futura rede de usinas nucleares. Mas o quinto maior exportador de petróleo do mundo impede há quase 10 anos uma investigação da AIEA aos seus locais militares, sob suspeita de atividade atômica.

As tentativas das maiores potências mundiais de refrear a atividade nuclear do Irã via negociações, levaram a um confronto que alimentou os temores de uma nova guerra no Oriente Médio com Israel, sugerindo ataques aéreos às instalações nucleares do seu arquiinimigo.

Mas os líderes do Ocidente rejeitaram os apelos do Irã para que as sanções da ONU sejam retiradas, como condição prévia para qualquer negociação.





Fonte: Reuters

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