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Economia
Sábado - 12 de Maio de 2012 às 18:58
Por: Cirilo Junior

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O brasileiro vem pagando cada vez mais caro este ano para ter feijão na sua mesa. O preço da saca do produto no atacado quintuplicou desde o ano passado, e as perspectivas no curto prazo não são otimistas. Somente a partir de agosto é que o preço do produto poderá começar a cair, de acordo com especialistas. Variações climáticas, aliadas a uma menor área para se plantar o produto, são determinantes para a elevação do preço do feijão nas prateleiras dos supermercados. De janeiro a abril, o feijão carioca, o mais consumido no País, acumula alta de 43,94%, segundo dados do índice utilizado para as metas de inflação do governo federal (IPCA). No mesmo período, a inflação geral teve elevação de 1,87%.

 

 

 

 

 

Nos últimos 12 meses terminados em abril, o feijão carioca ficou 64,83% mais caro, enquanto o IPCA acumula alta de 5,10% no mesmo período. Para esse ano, diante de uma perspectiva de uma produção de 3,5 milhões de toneladas do produto, estima-se que cerca de 3 milhões de toneladas serão do tipo carioca. Entre os alimentos, o feijão tem a alta mais impactante dentro do IPCA, representando 0,09 ponto percentual da taxa de 1,87% acumulada em 2012. "O preço do feijão esteve em baixa no ano passado. Chegou-se a cobrar até R$ 40 por uma saca do produto. Hoje, esse preço anda em torno dos R$ 180, e chega até a passar R$ 200, dependendo da qualidade do feijão", afirma o consultor Carlos Cogo.

 

 

 

 

 

O preço menor em 2011 foi decisivo para a alta este ano, explica o especialista. Com o feijão em baixa, os produtores optaram por outras sementes. A consequência foi uma queda de 12% na área plantada de feijão na chamada primeira safra do ano, que vai do final de dezembro de 2011 até março. A produção acabou recuando 20%, em relação a igual período no ano anterior. Apesar de ter uma área plantada 4% maior do que em 2011, o início da segunda safra não foi dos mais animadores. Concentrada principalmente no Sudeste e no Nordeste, teve problemas causados pelo clima. No Sudeste, as chuvas em excesso vêm prejudicando as lavouras. No Nordeste, o problema é exatamente o inverso: faltam chuvas.

 

 

 

 

 

"Essas duas safras estão sendo insuficientes para atender à demanda. Daí, essa explosão de preços", observa Cogo. Para a terceira safra, no entanto, a expectativa é melhor. Estima-se que a área plantada vai ter crescimento de, pelo menos, 10%. Ao mesmo tempo, o incremento na produção será de, no mínimo, 15%. Além disso, é esperada menor variação climática e consequentes efeitos sobre a produção.

 

 

 

 

 

"O feijão tem uma variação muito rápida, intensificada pela questão do clima, do qual é muito dependente", afirma Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Recorrer à importação é uma possibilidade praticamente nula. São poucos os produtores de feijão carioca, como Argentina, Bolívia e China. Ainda assim, esses países não têm uma safra significativa, e não poderiam abastecer o Brasil.

 

 

 

 

 

Para quem sempre está comprando feijão, como a dona de casa Maria de Fátima Mendes, 51 anos, a sensação é de que os repasses das variações só são feitos quando o produto está em alta. "Quando o preço começa a subir, vai com tudo. Sobre para valer. Quando fica mais barato, é só um pouquinho. Nós, consumidores, só perdemos mesmo", reclama. Outras opções de feijão também estão mais caras. O tipo mulatinho acumula alta de 36,58% no ano. Somente em abril, subiu 13,09%. "O feijão está muito caro. É difícil mudar para outro tipo de feijão. Mas se a gente quiser, está mais caro do mesmo jeito", explica a dona de casa.




Fonte: Terra

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