Ainda durante a graduação, muitos estudantes começam a pensar no que fazer depois de pendurar o diploma na parede. A carreira acadêmica é uma das opções e, em mestrado e doutorado, o Brasil desponta como referência. De acordo com o Institute for Scientific Information, considerado a primeira indústria da informação interdisciplinar, o País aparece entre os líderes em publicação acadêmica nas áreas de Agricultura, Ciência de plantas e animais e Ciências sociais. Responsável pelo ranking de qualidade de cursos e instituições brasileiras, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aponta o número de publicações como um dos critérios de avaliação. As notas máximas indicadas pela instituição, 6 e 7, equivalem "ao alto padrão internacional".
Ciências da agricultura é a área acadêmica com maior quantidade de material acadêmico publicado - alcançando a segunda colocação mundial, com 7,85% da produção. Entre as mais bem colocadas, estão a Escola Superior de Agricultura (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Na área de Agronomia, mestrado e doutorado em Genética e melhoramento de plantas e em Solo e nutrição de plantas recebeu nota máxima na avaliação da Capes, realizada em 2010. Classificação semelhante alcançou a pós-graduação em Entomologia.
Segundo o coordenador do programa de pós-graduação em Entomologia da Esalq, José Maurício Simões Bento, a qualidade das linhas de pesquisa está ligada ao corpo docente e discente. "Temos recursos humanos muito bons. Nossos professores são reconhecidos nacional e internacionalmente, o que acaba destacando muito o programa. Pertencer à USP também nos confere estrutura de pesquisa e ensino do mais alto nível", diz. O professor destaca que recursos de projetos nacionais e internacionais também ajudam a manter uma pesquisa de ponta. "Temos força de pesquisa e alunos muito bem selecionados. A concorrência é grande, e isso faz com que tenhamos um ciclo vantajoso", acrescenta.
Atualmente, a pós em Entomologia tem 89 alunos - 34 de mestrado e 55 de doutorado. "Todos os nossos estudantes têm bolsa. Também temos vários estudantes estrangeiros, principalmente da América Latina. Já tivemos inclusive estudantes africanos. O reflexo da nossa qualidade está no fato de que somos pioneiros na área agrária. Hoje, de 40% a 50% dos docentes em Entomologia do Brasil passaram por aqui, o que faz a Esalq ser reconhecida na formação de pesquisadores", afirma. Além da Escola de Agronomia e do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) elenca cursos com nota máxima pela Capes.
Em Ciências de plantas e animais, segunda área em que o Brasil mais produz publicações acadêmicas - é o quinto colocado no mundo, com 6,04% da produção -, a UFV também recebeu nota 7. Para o coordenador do programa de pós-graduação em Zootecnia, Odilon Gomes Pereira, produção científica, qualificação do quadro docente, inserção internacional e publicação em periódicos internacionais estão entre os motivos da boa colocação. "Nosso corpo docente é muito qualificado. No caso da pós em Zootecnia, desde que o programa foi criado, sempre recebeu nota máxima. O mestrado foi o primeiro criado no Brasil. Com 50 anos de curso, já formou em torno de 1,5 mil mestres e doutores. Atualmente, temos 170 estudantes, sendo dois terços de doutorado", explica o coordenador.
Referência na área, o curso recebe estudantes estrangeiros, principalmente da América do Sul. "No último triênio, recebemos 17 estudantes do Peru, Argentina, México. Acreditamos que agora, com o Ciência Sem Fronteiras, esse número vá aumentar", diz.
Segundo dados do Institute for Scientific Information, Ciências Sociais está em terceiro lugar na produção científica brasileira. A área abrange cursos como Economia, Comunicação, Direito, Arquitetura e Urbanismo, Administração, Turismo e Serviço Social. O ranking indica que, no mundo, o Brasil é responsável por 2,44% das publicações na área, ocupando a oitava colocação. Apontado pela Capes como um dos critérios decisivos de avaliação, a publicação acadêmica é responsável pelo reconhecimento de instituições - o que facilita o intercâmbio de informações entre corpo docente e discente.
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