Acusado foi preso pela Polícia Civil; esquema foi montado em Barra do Bugres
Cai o último envolvido em falso sequestro de tesoureiro em Barra do Bugres
Policiais da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos da Capital prenderam o último envolvido no falso sequestro do tesoureiro da agência da Caixa Econômica Federal em Barra do Bugres (168 km a Médio-Norte de Cuiabá), Franck Munizze Soares, ocorrido em outubro do ano passado.
Trata-se de Ronaldo Silva Campos, de 30 anos que estava num automóvel, em frente a Universidade de Várzea Grande (Univag), no bairro Cristo Rei, na Cidade Industrial.
Na checagem do veículo, os policiais não detectaram nenhuma irregularidade, mas Ronaldo está com a prisão temporária decretada pelo crime. Pelo falso sequestro, a Polícia prendeu cinco pessoas, envolvendo o próprio tesoureiro.
Todos foram indiciados pelos crimes de extorsão, mediante seqüestro, da família do tesoureiro: sua esposa, cunhada e o enteado. A suspeita é de que o tesoureiro tenha forjado o seqüestro da mulher.
Ele teria planejado o seqüestro da própria família, visando à abertura do cofre da agência e a entrega do dinheiro para uma quadrilha de seqüestradores.
Posteriormente, o valor seria dividido entre ele próprio e os comparsas. Suspeitando da farsa, a PF representou pela prisão do empregado do banco e os cúmplices.
O juízo da 7ª Vara Federal em Mato Grosso acatou a solicitação da PF e expediu mandados de prisão temporária contra os cinco suspeitos. O prazo da prisão expedida é de 30 dias.
Relembre o caso
No dia 18 de outubro de 2011, a PF foi acionada para atender a ocorrência de sequestro da esposa e do filho do tesoureiro da Caixa Econômica Federal em Barra do Bugres.
Segundo as informações preliminares, o sequestro teria ocorrido por volta de 7h30. Cerca de quatro homens armados teriam sequestrado a esposa e o enteado do tesoureiro, exigindo do funcionário da Caixa mais de R$ 1 milhão em dinheiro para libertação de sua família.
O dinheiro a ser utilizado como pagamento do resgate - que deveria ser retirado do cofre da agência bancária na qual o tesoureiro trabalhava - deveria ser deixado próximo ao entroncamento de acesso à Fazenda Itamaraty, na região de Barra do Bugres.
A Coordenação de Segurança da Caixa Econômica em Mato Grosso acionou a PF por volta das 8 horas. De imediato, 12 policiais, incluindo 6 do Grupo de Pronta Intervenção da PF (GPI), foram deslocados para a região, com o apoio do helicóptero da Polícia Militar. Paralelamente, foi solicitado ainda o apoio das Polícias Civil e Militar.
Equipes do Bope e do Ciopaer fizeram cerco e buscas em toda a área. Com o cerco, os criminosos libertaram a família por volta das 12 horas, e fugiram em seguida. Ninguém foi preso no dia.
Já no dia seguinte, a PF prendeu o tesoureiro da Caixa , por suspeita de ter forjado o sequestro de sua família.
O mandado de prisão temporária foi expedido pelo Juízo da 7ª Vara Federal para Ronaldo da Silva Santos e Moisés Inocêncio da Silva. Posteriormente, a PF chegou à conclusão de que a esposa do tesoureiro sabia sobre o falso sequestro. Todos foram indiciados por extorsão mediante sequestro. Ela se entregou, dias depois.
Dsde o início das investigações, a PF trabalhava com a hipótese de que o empregado da Caixa havia forjado o sequestro da família. Isso porque ele tinha ciência do montante de dinheiro existente no caixa, informação privilegiada pelo cargo ocupado.
Crime hediondo
O crime de seqüestro é hediondo, estando entre as penas mais graves da legislação brasileira, que variam de 8 a 30 anos de reclusão, se houver morte da pessoa sequestrada.
Neste caso, especificamente, há um menor envolvido. Então a pena mínima é de 12 anos, podendo chegar a 20 anos de reclusão.
A Polícia reitera que as negociações impediram o pagamento de qualquer resgate e que as vítimas do seqüestro não sofreram qualquer lesão física.
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