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Nacional
Quinta - 10 de Maio de 2012 às 13:53

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, entrou mesmo na briga pelas bicicletas elétricas. Após o decreto publicado no Diário Oficial do município, na última segunda-feira, regulamentando o uso do meio alternativo de transporte e o equiparando às bicicletas comuns, Paes resolveu ajudar pessoalmente o cinegrafista Marcelo Toscano, que teve a sua "magrela" apreendida pela blitz da Lei Seca no último domingo, fato que deu início à polêmica.

Os dois se encontraram na noite da última quarta-feira no gabinete da prefeitura, no centro do Rio. "Ele disse que vai me ajudar a liberar a minha bicicleta, que ainda está no depósito, apreendida. Disse que até o final do dia de hoje me daria uma resposta", explicou Toscano ao Terra. A assessoria de imprensa de Paes confirmou o encontro e informou ainda que, muito embora a prefeitura não tenha autonomia para resolver a questão, a tentativa é por uma articulação com o Estado para ajudar o cinegrafista a reaver a sua bicicleta.

Marcelo Toscano recebeu na blitz um total de três multas: por se recusar a fazer o teste do bafômetro, pela ausência de habilitação para dirigir ciclomotor e porque estava sem capacete. O total: R$ 1.723,86, além de 21 pontos de punição de carteira. Além disso, já deve cerca de R$ 180 pelas diárias no depósito do Detran, em Niterói. Dentro dessa articulação montada, está também uma tentativa junto a empresários para que haja um "patrocínio" para o pagamento desses valores para Toscano.

"Ele (Paes) me disse que o Sérgio Cabral está junto nessa questão do transporte alternativo. Ele me disse ainda que achou tudo um absurdo. Achei interessante ele me atender pessoalmente, sei que ele é político, mas foi legal a atitude, talvez se fosse outro não tivesse agido dessa forma", explicou o cinegrafista, que deve participar de um ato pelas bicicletas elétricas na manhã do próximo sábado, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. A presença de Eduardo Paes é aguardada para a manifestação.

"Ninguém nem sabia disso até toda a confusão que eu acabei arrumando, né, mas eu acho que estou contribuindo para a gente crescer, para ter mais democracia e discussão sobre o assunto. Podiam passar 10 pessoas sem falar nada, sem reclamar, então minha atitude acabou sendo legal", completou, sobre o fato de ter avistado a blitz da Lei Seca montada sobre a ciclovia, ter feito imagens do local, e, posteriormente, sido abordado pelos agentes. "Se eu não tivesse ligado a câmera, a gente nem estaria tendo essa conversa, eles não teriam chegado em mim, não tenho dúvida", reforçou Toscano.

O decreto

Na última segunda-feira, no Diário Oficial, o prefeito Eduardo Paes, que já havia manifestado a sua opinião contrária à apreensão da bicicleta elétrica por meio das redes sociais, publicou o decreto regularizando o meio alternativo de transporte ao equipará-lo às bicicletas comuns, desde que sejam conduzidas por maiores de 16 anos e que seja respeitado o limite de velocidade de 20 km/h.

 

Com equiparação dos modelos, o prefeito exclui a necessidade de registro ou licença especial para conduzir bicicletas elétricas, além da não obrigatoriedade de uso de capacete. No decreto, Paes registrou o fato de o Rio possuir mais de 270 km de ciclovias, e que as bicicletas, além de serem ecologicamente corretas, seriam alternativas para melhorar o trânsito da capital.

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) divulgou, logo em seguida, uma nota oficial onde contesta o decreto. Segundo o órgão federal, quem circula com esse tipo de transporte sem habilitação, licenciamento e placas de identificação ou com placa sem condições de legibilidade e visibilidade comete uma infração gravíssima, como previsto no artigo 230 do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), incisos IV e V. A penalidade aplicada é de multa e apreensão do veículo.





Fonte: Terra

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