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Cidades/Geral
Terça - 08 de Maio de 2012 às 08:41
Por: Leandro J. Nascimento

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Mato Grosso é o estado brasileiro que proporcionalmente possui o maior número de famílias envolvidas em conflitos agrários, apontou o anuário da violência no campo, divulgado nesta segunda-feira (7) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).  Desde 1985 a comissão - vinculada à Igreja Católica - faz o mapeamento de casos no país. Os chamados conflitos envolvem situações no âmbito rural, luta pela terra, água, direitos e pelos meios de trabalho ou produção.

De acordo com o estudo, para cada 140 famílias que mora no estado, uma está envolvida em situações desta natureza. Na unidade federada, pouco mais de 549 mil pessoas vivem no campo, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A concentração de terras e a fragilidade em leis que amparem os camponeses, de acordo com o coordenador da Comissão Pastoral da Terra em Mato Grosso, Padre Paulo Moreira, têm influenciado nas estatísticas do estado. “Mato Grosso é um estado com alta concentração de terras e existem processos relacionados à posse de terra que não são resolvidos”, disse o representante, ao G1. O mapeamento mostrou que a maior parcela das famílias citadas, brigam na Justiça pelo direto à posse de terras em que vivem.

Os dados sobre os conflitos foram apresentados nesta segunda-feira (7)  durante audiência pública na Assembleia Legislativa (AL) de Mato Grosso. Para o coordenador da Pastoral da Terra no Estado, os números sobre a realidade estadual preocupam. Em 2011, os 23 conflitos por terra envolveram 3.917 mil famílias, apontou o relatório.

Ao serem avaliados itens como população residente na zona rural e as ocorrências, o anuário mostra que em estados com mais camponeses houve menor incidência em conflitos. Na Bahia, por exemplo, onde mais de 4 milhões de pessoas moram no campo, 57 conflitos foram contabilizados.

"Na proporcionalidade, Mato Grosso está entre os estados mais violentos. Essa violência envolve pessoas e é praticada na forma do trabalho escravo, ocupação, despejos, todos são indicadores", ponderou o representante da CPT Nacional, Padre Dirceu Fumagali. Para ele, a maior parte dos conflitos no campo ocorrereu nas regiões consideradas como "fronteiras agrícolas".

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, no estado do Pará, a relação é de 185 famílias para uma envolvida em conflitos, em Minas Gerais são 1.190 para cada família  e em Pernambuco são 373 para cada uma em área de conflito. "Os estados com os maiores conflitos estão dentro deste arco de fronteira do agronegócio como em Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia e Tocantins", frisou o padre Dirceu Fumagali.

Brasil
No Brasil, os conflitos agrários registrados em 2011 foram 15% maiores quando comparados a 2010. Entre um ano e outro passou de 1.186 a 1.363, de acordo com a CPT.  Os conflitos por terra totalizaram 1.035. Já os conflitos relacionados à questões trabalhistas são 260 e conforme a Comissão, os casos envolvendo trabalho escravo são 230. As mortes somaram 29, total inferior a 2010, quando 34 camponeses foram assassinados no país.

Regiões
O Nordeste brasileiro concentrou o maior número de conflitos por terra, conforme a Comissão. Foram 399, seguido pelo Norte com 278, Sudoeste com 57 casos, Centro-Oeste com 51 e Sul com 20 casos notificados.





Fonte: Do G1 MT

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