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Domingo - 29 de Abril de 2012 às 18:22
Por: Laura Petraglia

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Depois de tornar público que sofreu pressão de parlamentares para fazer vistas grossas a cerca de obras irregulares da Delta Engenharia em Mato Grosso e em todo país, interceptações telefônicas da Polícia Federal dão conta o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeiras pagou ao ex-assessor de Luiz Antonio Pagot, Acácio Rozendo, o montante de R$ 24 mil, em abril de 2011, para que ele ‘acalmasse’ o ‘trator’ com relação aos depoimentos que fez no Congresso sobre no auge da crise do PR Ministério dos Transpostes.

O dinheiro, conforme revela matéria deste domingo da Folha de São Paulo, foi repassado por uma empresa do grupo de Cachoeira.

Confira íntegra da matéria:

Cachoeira agiu para proteger Demóstenes de ex-diretor do DNIT

O grupo de Carlinhos Cachoeira pediu a intervenção de um aliado do ex-diretor do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transpores), Luiz Antônio Pagot, para acalmá-lo e evitar que ele atacasse o senador Demóstenes Torres (ex-DEM).

A PF interceptou conversas telefônicas na Operação Monte Carlo, em julho de 2011, quando uma série de suspeitas de corrupção no DNIT levou à queda do então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e de Pagot.
Escutas telefônicas mostram que Acácio Rozendo, aliado de Pagot, recebeu R$ 24 mil em sua conta, em abril de 2011, repassados por uma empresa do grupo de Cachoeira. O servidor também era ligado ao então diretor da Delta Construções para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu.

Pagot fora convocado a dar esclarecimentos na Comissão de Infraestrutura do Senado sobre denúncias de superfaturamento em obras do DNIT. Em 5 de julho de 2011, depois das 23h, Demóstenes avisa Cachoeira: "Pagot hoje tava bravo, mandando recado aqui pra todo mundo".

No dia 11, pergunta se Cachoeira tem novidades sobre Pagot. "Não, lá tá tranquilo. Pode ir lá. Blairo [Maggi, senador] mandou falar que não tem nada não. Blairo que manda nele, uai", assegura o empresário. Mas liga imediatamente para Cláudio Abreu, da Delta, e relata a situação.

"Nosso amigo está preocupado com Pagot amanhã. Não sabe se vai lá ou deixa de ir", comenta Cachoeira. Abreu faz uma sugestão: "Ele não faz parte da comissão. Se eu fosse ele, não iria".
Uma hora depois, o empresário informa que Demóstenes faz parte da comissão e orienta Abreu a falar com Blairo para acalmar Pagot.

O diretor da Delta afirma que pediu para Acácio falar com Blairo.
Duas horas mais tarde, Demóstenes recebe a boa notícia de Cachoeira. "Professor? O Acácio teve lá com ele [Pagot]. Agradeceu e disse que vai falar só tecnicamente".

No dia seguinte, Abreu faz mais uma recomendação: "O menino [Acácio] falou que pode despreocupar".
Até a conclusão desta edição, a Folha não conseguiu localizar Rozendo nem Pagot.






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