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Internacional
Domingo - 29 de Abril de 2012 às 12:59

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Dois dos principais jornais oficiais da China publicaram neste domingo artigos de opinião nos quais criticam os meios de comunicação ocidentais pela maneira como estão tratando o caso do ex-ministro Bo Xilai, particularmente pelo abuso de fontes anônimas e rumores não confirmados.

O China Daily, principal jornal oficial em inglês, se queixa da conversão do escândalo em "uma superprodução de Hollywood", com notícias sobre crime, traição e corrupção que colocam dúvidas sobre sua autenticidade.

O artigo reconhece que "os meios chineses ofereceram poucos detalhes sobre este grave incidente", mas ressalta que devido ao fato de o caso estar sob investigação "as autoridades apresentaram tudo o que podem oferecer até agora".

"Passa a impressão que as notícias sobre Bo estão dominadas por especulações de pessoas alheias ao caso, e em alguns casos por rumores", escreve o articulista, comentando que "inclusive os mais venerados jornais dos Estados Unidos, aos quais tenho profundo respeito, confiam cegamente em fontes anônimas".

O China Daily cita concretamente o exemplo da notícia publicada pelo The New York Times, na qual garante que Bo Xilai grampeou os telefones do presidente, Hu Jintao, e de outros líderes para espioná-los.

Esta mesma informação, que teve um amplo impacto na imprensa mundial, também foi criticada hoje pelo jornal Global Times. "Se a notícia não tivesse sido publicada no The New York Times, poderia ter sido confundida com uma nota de um jornal sensacionalista fabricada com intrigas", atacou o periódico.

Bo Xilai, ex-ministro do Comércio e que aparecia como um dos candidatos a liderar a cúpula comunista quando esta for renovada em outubro, foi destituído em março de seu cargo como principal dirigente do Partido Comunista em Chongqing, maior município chinês, e pouco depois sua esposa foi detida pelo suposto assassinato de um empresário britânico.

O caso abateu o regime comunista em um ano muito sensível, pela transição de poder que se aproxima, e se transformou no escândalo político mais grave na China desde o turbulento ano de 1989, o dos protestos na Praça da Paz Celestial.





Fonte: EFE

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