Uma montanha com mais de 20 mil medicamentos, como xaropes, comprimidos e injeções com data de validade vencida será incinerada em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Uma auditoria investiga porque os remédios não foram distribuídos à população e de quem é a responsabilidade do caso.
Os remédios foram comprados por secretários de saúde e equipes de licitação diferentes, entre os anos de 2007 e 2011e estão estocados em um almoxarifado da Prefeitura de Várzea Grande. São várias caixas empilhadas com medicamentos que nem chegaram a ser enviados aos postos de saúde da cidade.
O secretário de saúde do município, Marcos José da Silva, assumiu o cargo em novembro de 2011 e fez um levantamento nos postos de saúde e no Pronto Socorro Municipal. Em entrevista à TV Centro América, ele disse que o controle dos remédios era feita de forma amadora e não era informatizada.
O problema foi descoberto depois que bioquímicos e farmacêuticos fizeram uma pesquisa no almoxarifado e nas unidades de saúde a respeito do controle dos medicamentos. “A partir desse serviço nós identificamos uma quantidade [de medicamentos] muito grande junto ao almoxarifado e diversas outras quantidades nas outras unidades já com seu prazo de validade vencido”, relatou.
Atualmente a prefeitura gasta em torno de R$ 350 mil por mês em medicamentos. Os remédios são distribuídos para as unidades de saúde e para o PSM. O ex-secretário de saúde do município, Fábio Saad, ocupou o cargo por quatro meses no ano passado e diz que a briga pela informatização do sistema é antiga.
“Em pleno século 21, ainda se faz a contagem de medicamento a dedo, onde nós temos a informatização onde é só passar o código de barra e fazer a leitura e encaminhamento. Essa é uma briga antiga, porque daí não tem como favorecer nenhum lado, porque terá um número exato do que está entrando”, contou.
Ele ainda disse que na gestão dele, o município comprou R$ 416 mil em medicamentos com dispensa de licitação. No entanto, ele afirma que os medicamentos foram distribuídos nos postos de saúde. A Câmara Municipal de Várzea Grande criou uma comissão para investigar o caso.
Um novo sistema de controle e gerenciamento de todos esses remédios está sendo implantado na secretaria. “Nós temos um controle informatizado interligado apenas com o PSM de entrada e saída de medicamentos. Futuramente pretendemos adequar isso para todas as unidades de saúde”, garantiu Juliana Ductievicz, responsável pelo controle de medicamentos
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