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Policia MT
Quarta - 25 de Abril de 2012 às 07:24
Por: JOANICE DE DEUS

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Grupo Especial de Segurança de Fronteira: cinco anos depois, policiais que ajudavam sacoleiros são exonerados
Grupo Especial de Segurança de Fronteira: cinco anos depois, policiais que ajudavam sacoleiros são exonerados
O Comando Geral da Polícia Militar publicou no Diário Oficial de ontem a exoneração de três soldados do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron): Romagno Gomes de Oliveira, Heverthon Dias Moura e Élcio do Nascimento Justino respondem pelos crimes de corrupção, descaminho e formação de quadrilha.

Em 2007, eles teriam permitido a entrada de sacoleiros através da fronteira com a Bolívia, com produtos contrabandeados. À época, o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) denunciou 10 militares, que foram presos por liberar a passagem de contrabando na fronteira de Cáceres (250 km a Oeste da Capital). Entretanto, apenas três foram condenados.

Houve ainda a comprovação do envolvimento de sete lojistas e sacoleiros de Cuiabá, Cáceres e São José dos Quatro Marcos com os policiais militares. As investigações do Gaeco apontaram que o esquema de corrupção funcionava no “Posto do Limão”, a cerca de 100 quilômetros de Cáceres.

Lá, dois militares faziam a ligação entre os lojistas, recebiam o dinheiro e depois repassavam aos demais policiais. As investigações mostraram ainda que policiais mantinham uma espécie de tabela de preços que previa cobrança de acordo com o volume e tipo de produto que seria atravessado.

O valor variava de R$ 200 a R$ 2 mil. O preço cobrado, por exemplo, para atravessar uma sacola de roupas, era de R$ 400. Já quando se tratava de produtos mais caros e em várias sacolas era cobrado em torno de R$ 1,5 mil.

Conforme o Gaeco, os policiais e lojistas combinavam por telefone dia e hora da travessia, mas o valor da “taxa” somente era definida pela observação do volume transportado. O Gaeco investigou o esquema durante 12 meses.

Pela quebra do sigilo bancário, o Gaeco descobriu também que policiais com salário de menos de R$ 2 mil movimentavam mais de R$ 10 mil por mês. Os acusados negaram envolvimento no esquema, mas nenhum deles conseguiu justificar os depósitos e saldos bancários incompatíveis com a renda.

No mesmo Diário Oficial, foi exonerado também o policial militar Fabio Barbosa Duarte, preso em maio do ano passado tentando entrar com quase um quilo de maconha, além de celulares, na Penitenciária Central do Estado.

Ele fazia parte de um esquema de entrada de entorpecente dentro do presídio e que foi descoberto pelo Gaeco que, uma semana depois, desencadeou a Operação Ergástulo (cadeia pública), que teve o envolvimento de outros três policiais militares e três agentes prisionais, além de outras sete pessoas. Cinco deles eram traficantes que já estavam presos.

Os outros PMs não foram exonerados. Anteontem, o Diário publicou matéria informando que 15 policiais militares já foram expulsos da corporação desde o início do ano. (Colaborou Adilson Rosa




Fonte: DO DC

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