Em Rondônia, sobra emprego, mas falta onde gastar dinheiro
Prazo para receber óculos com lentes antirreflexo: 15 dias. McDonald"s fechado por alguns dias, logo após a inauguração, por falta de ingredientes. Uma corrida pelo ensino superior. Emprego farto, ao menos por enquanto.
"Hoje, só fica desempregado em Porto Velho [RO] quem quiser", diz a administradora Giovana Nor. "O problema é onde gastar dinheiro."
Com o contraste entre a disponibilidade financeira e a dificuldade logística, os estoques acabam rápido e demoram para ser repostos.
Há dois anos, a administradora deixou São Paulo. Morando a 500 metros do rio Madeira, presenciou a corrida de trabalhadores de todo o Brasil pelos empregos diretos e indiretos das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. O setor de serviços cresceu.
Com um sistema de saúde ainda precário, muitos moradores de Rondônia precisam ir a São Paulo ou a Mato Grosso para obter tratamento. Segundo Nor, as usinas precisaram criar uma licença especial, de cinco dias, para os trabalhadores que viajam para visitar as famílias.
Qualquer espetáculo lota por quebrar a rotina de escassez de opções. Pode ser rock, frevo, teatro de rua ou música erudita, diz Nor.
Comentários