Segundo o MPF, o pedido leva em conta a "comprovação" do inquérito da Polícia Federal de que o vazamento de questões na última edição do Enem não ficou restrito a 14 itens e envolveu um número maior de escolas do que se imaginava inicialmente. "Além de estudantes do Christus, alunos de outros 29 colégios cearenses teriam tido acesso prévio a questões do Enem", afirmou o MPF.
Na ação, o procurador Oscar Costa Filho pede também a anulação de seleções eventualmente já realizadas para o segundo semestre de 2012 que utilizaram notas do Enem. Para Costa Filho, permitir que os resultados de provas que tiveram questões previamente divulgadas continuem sendo usados para o ingresso de alunos é uma medida que "desafia os princípios da legalidade, particularmente a isonomia entre os candidatos".
Entenda o caso
Alunos do colégio Christus, de Fortaleza (CE), tiveram acesso antecipado a 14 questões que foram cobradas na prova de outubro de 2011 por meio de uma apostila distribuída pela escola semanas antes da aplicação do Enem. A Polícia Federal concluiu, depois de dois meses de investigação, que os itens vazaram da fase de pré-tese da qual a escola cearense participou, em 2010. Em março de 2012, o o MPF apresentou denúncia à Justiça contra cinco pessoas pelo envolvimento no vazamento - duas representantes do Inep, uma representante da Cesgranrio, consórcio responsável pela aplicação do teste, e dois funcionários do colégio.
A prova do Enem é composta por questões que integram um banco de itens do Inep. Antes de entrar para esse banco, cada questão passa por um pré-teste, que avalia se o item é válido e qual é o grau de dificuldade. Os alunos que participam do pré-teste são escolhidos aleatoriamente e, após responder ao caderno de questões, devolvem o material que deve ser incinerado. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 91 alunos do Christus participaram do pré-teste em 2010 e as questões foram copiadas de dois dos 32 cadernos de prova aplicados na escola.
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