A presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta sexta-feira que o desafio no Brasil é vencer o que chamou de três amarras: as elevadas taxas de juros e de câmbio, além dos impostos altos. Segundo ela, os obstáculos só serão superados se houver educação de qualidade no País. Dilma defendeu ainda a ampliação de parcerias econômicas e comerciais com países desenvolvidos e em desenvolvimento.
"A relação com os países da Ásia é estratégica. Nós temos de equacionar três amarras: taxas de juros e de câmbio, além de impostos altos. O caminho é o da educação de qualidade. Além disso, temos de manter os relacionamentos com a União Europeia e os Estados Unidos", disse a presidente, na cerimônia do Dia do Diplomata, no Itamaraty.
Dilma ressaltou ainda que o País integra blocos econômicos de relevância no cenário político e econômico internacional, como o Brics - formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul - e o Ibas - grupo integrado pela Índia, o Brasil e a África do Sul. "O Brasil tem um diálogo bastante especial e não é só ouvido, é protagonista", afirmou.
As conquistas do Brasil nos últimos anos, segundo Dilma, colocam o País como membro titular das mesas de negociações do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo. "É inimaginável que nós não estejamos sentados na mesa de negociações do G20", disse. Ela reiterou ainda que é fundamental associar os esforços pelo desenvolvimento econômico, o diálogo e as parcerias com a preservação dos direitos humanos. "O Brasil tem a característica de preservar, de respeitar nós mesmos, o fato de nós sermos um país com uma tradição muito forte de paz e democracia", disse a presidente.
A colocação ocorre no momento em que as atenções da comunidade internacional estão voltadas para a busca do cessar-fogo na Síria, que há 13 meses está sob uma onda de violência, e da redemocratização na Guiné-Bissau, país africano que sofreu golpe de Estado no último dia 12. "Temos de respeitar os direitos humanos. É um valor porque o nosso povo tem espaço de movimentação e a imprensa tem liberdade", afirmou Dilma, no seu discurso feito na formatura da última turma de diplomatas do Instituto Rio Branco, que homenageou Milena Medeiros - diplomata que morreu no ano passado em decorrência de complicações da malária adquirida durante missão na África.
"Foi muito emocionante vocês terem escolhido a Milena Medeiros. O ato de escolha é um ato de afirmação. Esse país tem de ter muitas Milenas, sejamos capazes de permitir que esse país tenha muitas Milenas", discursou a presidente, referindo-se ao fato de a diplomata ser negra e ter nascido no Acre
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