A dona de casa, Neide da Silva Souza, 31 anos, moradora do município da Barra dos Coqueiros (SE) que estava grávida de oito meses de um bebê anencéfalo, sentiu fortes dores na barriga durante a noite desta quinta-feira (19) e entrou em trabalho de parto na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes ,em Aracaju, na manhã desta sexta-feira (20), mas o bebê não resistiu e morreu durante o parto.
A assessoria de imprensa da maternidade informou que o parto foi normal. A mulher permanece em observação e se recupera bem. Na sexta-feira (13), os médicos realizaram procedimento para drenagem do polidrâmnio (excesso de líquido amniótico no útero, comum nesses casos).
A técnica foi utilizada com objetivo de aliviar o desconforto respiratório da paciente que voltou para casa e retornou à unidade de saúde após sentir as contrações.
Ultrassonografia mostra situação do bebê
(Foto: Flávio Antunes/G1 SE)
Gravidez de altorisco
Para obter mais precisão sobre o que ocorria com a gestação, Neide revelou que realizou mais uma ultrassonografia, que ao final confirmou a gravidez de altorisco. Com o problema constatado, a gestante foi orientada pelo médico a realizar mais exames para daí realizar o parto.
Ainda segundo a gestante, o ginecologista disse que além da anencefalia sua barriga estava com um grande acúmulo de líquido e que o bebê ainda permanecia vivo.
Drama
Após três gestações sem nenhum tipo de problema, ela não teve o mesmo resultado com a quarta gestação, do sexo masculino. O bebê que carregou em seu ventre há oito meses foi diagnosticado com anencefalia (ausência de cérebro). Tudo começou quando a dona de casa passou a sentir uma queimação no estômago e cólicas abdominais.
“Ao sentir diariamente fortes dores na barriga fui ao Centro de Referência da Mulher e lá fui informada pelo médico que estava grávida de cinco meses. Ao realizar uma ultrassonografia o doutor desconfiou de uma possível má formação do bebê e consequentemente do risco que estava correndo na gestação”.
“O doutor passou uma bateria de exames para que o mais rápido possível fosse feito o meu parto, pois só com eles conseguiria dar início aos procedimentos. Inclusive antecipou meu atendimento devido ao risco de morte, mas primeiro tenho que tê-los em mãos”.
Neide ainda recorreu à maternidade Nossa Senhora de Lourdes, mas nada pode ser feito a não ser tomar uma medicação. “Passei um bom tempo tomando soro e depois fui liberada com a alegação que um parto como o meu só podia ser feito com autorização judicial”.
A assessoria da Secretaria destacou que no caso específico, o aborto não é "legalizado", mas se a gestante solicitar via Ministério Publico, ela terá provavelmente um parecer positivo.
Sobre uma possível prioridade ao atendimento da gestante, a explicação da assessoria foi que os serviços de Pré-Natal não tem porque atender com prioridade a gestante cujo feto tem um prognóstico de inviabilidade, pois os procedimentos não melhorariam ou resolveriam seu problema.
Nesses casos o setor de saúde deve encaminhar a gestante para solicitação via justiça. E só realizar o procedimento com a autorização judicial
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